São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2001

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EVENTO FOLHA

Objetivo da ação não seria aumentar os lucros

Empresas vêem marketing social como um diferencial no mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

A principal motivação dos empresários ao investir no social não é melhorar a imagem da empresa para aumentar os lucros. Esse foi um dos pontos de vistas defendidos por debatedores que participaram do evento Responsabilidade Social X Marketing Social, que ocorreu no auditório da Folha no último dia 22.
O evento foi mediado pelo jornalista Mario Cesar Carvalho, repórter da Folha, e contou com a participação do diretor-presidente da Fundação Abrinq e do Instituto Akatu, Hélio Mattar, da presidente da agência de publicidade Full Jazz, Christina Carvalho Pinto, do presidente do Grupo Orsa, Sérgio Amoroso, e da coordenadora-geral do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, Márcia Mattar citou pesquisas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) para defender o ponto de vista de que o marketing social como forma de corrigir possíveis deficiências na imagem da empresa não é a primeira preocupação dos empresários.
"As pesquisas do Ipea feitas no Nordeste e no Sudeste mostram que a preocupação com a imagem da empresa aparece atrás de motivações como criar o bem-estar social ou aumentar a satisfação pessoal do dono da empresa ao dar um sentido de vida à atividade empresarial que vá além da mera atividade lucrativa", disse.
Ele afirmou que as empresas estão buscando elementos de diferenciação no mercado. "Há algum tempo, algumas empresas se diferenciaram pelo respeito ao ambiente. Hoje, isso é considerado quase obrigatório. Uma empresa que entra no caminho da responsabilidade social não tem como voltar e vai se obrigar a fazer isso de forma permanente."
Para Christina Carvalho Pinto não há uma dicotomia entre fazer marketing social e ter responsabilidade social. "Fazer marketing social é fazer de maneira mais aguda, mais focada e mais profissional o trabalho de responsabilidade social." Márcia Tedesco disse que não vê problema em um dos objetivos do empresário ao realizar ações sociais ser o lucro. "A responsabilidade que ele [o empresário" assumiu dá retorno para a comunidade", afirmou.
Amoroso, ao citar o exemplo da Fundação Orsa, lembrou que o que levou o Grupo Orsa a investir em ações sociais não foi a melhoria da imagem para aumentar vendas de papel, já que não vende para o consumidor final.


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