São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Vigias cancelam greve após 2 dias de tumulto

TRT fixou multa de R$ 10 mil por estabelecimento que fechar; categoria cancelou paralisação até o julgamento do dissídio

Ontem, antes de interromper movimento, seguranças percorreram ruas do centro de SP, o que provocou reflexos no trânsito durante todo o dia

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o segundo dia de manifestações por reajuste salarial, os vigilantes de São Paulo decidiram no início da noite de ontem suspender a greve iniciada na última terça-feira. O dissídio da categoria será julgado hoje às 15h pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
Ontem, o segundo dia da greve terminou com duas pessoas presas, pelo menos 736 agências bancárias fechadas -de um total de 2.167- e trânsito caótico durante a manhã e parte da tarde nas regiões norte e central da cidade. Em Osasco, 41 agências ficaram fechadas. Os dados são do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Em assembléia no final da tarde, a categoria havia decidido manter a greve até que o dissídio fosse julgado pelo TRT. Porém, o Seevissp (Sindicato dos Empregados em Empresas de Vigilância, Segurança e Similares de São Paulo) voltou atrás no início da noite, após a Justiça ter fixado multa no valor de R$ 10 mil por agência bancária ou órgão público que não funcionasse por falta de vigilância a partir de hoje.
Mais cedo, em audiência no TRT, os vigias se comprometeram a manter 90% dos seguranças das agências bancárias e repartições públicas. As principais reivindicações são reajuste salarial de 13,5% e 30% de adicional por periculosidade.
A manifestação de ontem teve início por volta das 8h30, em frente à Câmara, e só terminou às 16h50 na praça da Sé.
Os manifestantes dividiram-se em oito grupos -três deles liderados por carros de som- e percorreram o centro da cidade convocando seguranças de bancos e lojas a aderirem ao protesto.
Por volta do meio-dia, um grupo que tentou invadir uma agência dos Correios na av. São Luís para retirar os vigilantes foi contido pelos policiais. Houve bate-boca e um dos manifestantes, segundo a polícia, deu um soco na boca de um policial. Dois manifestantes foram presos e levados ao 3º DP (Santa Ifigênia).
A maior concentração foi na av. Paulista, onde cerca de 4.000 manifestantes, segundo a Polícia Militar, ocuparam entre as 15h e as 16h15 duas faixas da via no sentido Paraíso, da rua da Consolação até a av. Brigadeiro Luís Antônio. De lá, seguiram de volta até a Câmara, seguidos por cerca de 300 PMs.
No percurso, os manifestantes invadiram agências bancárias para convocar os vigilantes, gritando palavras de ordem, fazendo apitaços, rasgando envelopes de pagamento e batendo nas portas de vidro.
"Respeito a manifestação, mas eles perdem a razão quando invadem as agências", disse o securitário Pedro Chacur, 25, que desmarcou a reunião com sua gerente porque encontrou a agência do Banco do Brasil da av. Angélica fechada. "São Paulo não suporta isso."
Do outro lado da rua, do alto do carro de som, líderes sindicais comemoravam. "Paramos ou não paramos São Paulo?"


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