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Vigias cancelam greve após 2 dias de tumulto
TRT fixou multa de R$ 10 mil por estabelecimento que fechar; categoria cancelou paralisação até o julgamento do dissídio
Ontem, antes de interromper movimento, seguranças percorreram ruas do centro de SP, o que provocou reflexos no trânsito durante todo o dia
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o segundo dia de manifestações por reajuste salarial,
os vigilantes de São Paulo decidiram no início da noite de ontem suspender a greve iniciada
na última terça-feira. O dissídio
da categoria será julgado hoje
às 15h pelo Tribunal Regional
do Trabalho de São Paulo.
Ontem, o segundo dia da greve terminou com duas pessoas
presas, pelo menos 736 agências bancárias fechadas -de
um total de 2.167- e trânsito
caótico durante a manhã e parte da tarde nas regiões norte e
central da cidade. Em Osasco,
41 agências ficaram fechadas.
Os dados são do Sindicato dos
Bancários de São Paulo.
Em assembléia no final da
tarde, a categoria havia decidido manter a greve até que o dissídio fosse julgado pelo TRT.
Porém, o Seevissp (Sindicato
dos Empregados em Empresas
de Vigilância, Segurança e Similares de São Paulo) voltou
atrás no início da noite, após a
Justiça ter fixado multa no valor de R$ 10 mil por agência
bancária ou órgão público que
não funcionasse por falta de vigilância a partir de hoje.
Mais cedo, em audiência no
TRT, os vigias se comprometeram a manter 90% dos seguranças das agências bancárias e
repartições públicas. As principais reivindicações são reajuste
salarial de 13,5% e 30% de adicional por periculosidade.
A manifestação de ontem teve início por volta das 8h30, em
frente à Câmara, e só terminou
às 16h50 na praça da Sé.
Os manifestantes dividiram-se em oito grupos -três deles
liderados por carros de som- e
percorreram o centro da cidade
convocando seguranças de
bancos e lojas a aderirem ao
protesto.
Por volta do meio-dia, um
grupo que tentou invadir uma
agência dos Correios na av. São
Luís para retirar os vigilantes
foi contido pelos policiais.
Houve bate-boca e um dos manifestantes, segundo a polícia,
deu um soco na boca de um policial. Dois manifestantes foram presos e levados ao 3º DP
(Santa Ifigênia).
A maior concentração foi na
av. Paulista, onde cerca de
4.000 manifestantes, segundo
a Polícia Militar, ocuparam entre as 15h e as 16h15 duas faixas
da via no sentido Paraíso, da
rua da Consolação até a av. Brigadeiro Luís Antônio. De lá, seguiram de volta até a Câmara,
seguidos por cerca de 300 PMs.
No percurso, os manifestantes invadiram agências bancárias para convocar os vigilantes, gritando palavras de ordem, fazendo apitaços, rasgando envelopes de pagamento e
batendo nas portas de vidro.
"Respeito a manifestação,
mas eles perdem a razão quando invadem as agências", disse
o securitário Pedro Chacur, 25,
que desmarcou a reunião com
sua gerente porque encontrou
a agência do Banco do Brasil da
av. Angélica fechada. "São Paulo não suporta isso."
Do outro lado da rua, do alto
do carro de som, líderes sindicais comemoravam. "Paramos
ou não paramos São Paulo?"
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