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OUTRO LADO
Delegado diz que nada sabe sobre firma de segurança
"Deve ter um equívoco; vou ver as informações e, com o maior prazer, te atendo", disse ele na quarta e não mais falou
DE SÃO PAULO
O delegado Carlos Alberto
Achôa Mezher, chefe da delegacia do aeroporto de Cumbica, afirmou não ter nenhum
tipo de vínculo com a Cerco
Segurança Patrimonial e Vigilância Ltda.
"Não estou sabendo [de investigação da Corregedoria
da Polícia Civil], não estou
sabendo de empresa de segurança, eu não estou sabendo
de nada", disse Mezher.
"Esse tipo de assunto [possível exploração de segurança privada] fale direto com o
meu [delegado] divisionário,
esse assunto não compete a
mim, eu não sei de empresa
de segurança nem nada",
continuou o policial civil.
Questionado sobre a propriedade da empresa, Mezher
respondeu: "Deve ter algum
equívoco. Vou levantar essas
informações e, com o maior
prazer, eu te atendo para verificar algum equívoco de informação de empresa".
Na quarta, ao ser questionado sobre Patrícia Verginelli Mezher, sua mulher e uma
das donas da Cerco Segurança, o delegado disse que iria
se informar mais sobre ela e
voltaria a falar com a Folha
ainda naquele dia.
Documentos do Tribunal
de Justiça de SP mostram Patrícia Mezher e o delegado de
Cumbica em pelo menos 13
ações cíveis ao lado da Cerco
Segurança e Cerco Service
Monitoração Ltda., uma outra empresa investigada como da família do policial.
Ontem, a reportagem voltou a procurar Mezher na delegacia de Cumbica, mas ele
não quis falar novamente.
Segundo um policial, Mezher "estava no saguão [do
aeroporto], onde foi atender
um pessoal amigo dele".
Ainda na tarde de ontem, o
mesmo funcionário confirmou à Folha que o próprio
delegado Mezher disse saber
da investigação em andamento na Corregedoria.
O delegado Roberto Krasovic, chefe de Mezher e, segundo ele, responsável por
prestar esclarecimentos sobre o caso, não respondeu
aos pedidos de entrevista.
Krasovic é o delegado chefe da Divisão de Portos, Aeroportos, Proteção ao Turista e
Dignitários da Polícia Civil.
Foram cinco tentativas para
entrevistá-lo sobre Mezher.
EMPRESA NÃO FALA
Também desde quarta-feira, a reportagem tenta entrevistar os responsáveis pela
Cerco Segurança, mas ninguém foi encontrado.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Domingos Paulo Neto, foi procurado ontem para se manifestar sobre o caso, mas também não atendeu ao pedido
de entrevista.
A investigação sobre uma
possível exploração de segurança privada por parte de
Mezher está na Divisão de
Apurações Preliminares da
Corregedoria-Geral da Polícia Civil, sob o comando do
delegado José Boucinhas Neto.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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