São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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OUTRO LADO

Delegado diz que nada sabe sobre firma de segurança

"Deve ter um equívoco; vou ver as informações e, com o maior prazer, te atendo", disse ele na quarta e não mais falou

DE SÃO PAULO

O delegado Carlos Alberto Achôa Mezher, chefe da delegacia do aeroporto de Cumbica, afirmou não ter nenhum tipo de vínculo com a Cerco Segurança Patrimonial e Vigilância Ltda.
"Não estou sabendo [de investigação da Corregedoria da Polícia Civil], não estou sabendo de empresa de segurança, eu não estou sabendo de nada", disse Mezher.
"Esse tipo de assunto [possível exploração de segurança privada] fale direto com o meu [delegado] divisionário, esse assunto não compete a mim, eu não sei de empresa de segurança nem nada", continuou o policial civil.
Questionado sobre a propriedade da empresa, Mezher respondeu: "Deve ter algum equívoco. Vou levantar essas informações e, com o maior prazer, eu te atendo para verificar algum equívoco de informação de empresa".
Na quarta, ao ser questionado sobre Patrícia Verginelli Mezher, sua mulher e uma das donas da Cerco Segurança, o delegado disse que iria se informar mais sobre ela e voltaria a falar com a Folha ainda naquele dia.
Documentos do Tribunal de Justiça de SP mostram Patrícia Mezher e o delegado de Cumbica em pelo menos 13 ações cíveis ao lado da Cerco Segurança e Cerco Service Monitoração Ltda., uma outra empresa investigada como da família do policial.
Ontem, a reportagem voltou a procurar Mezher na delegacia de Cumbica, mas ele não quis falar novamente.
Segundo um policial, Mezher "estava no saguão [do aeroporto], onde foi atender um pessoal amigo dele".
Ainda na tarde de ontem, o mesmo funcionário confirmou à Folha que o próprio delegado Mezher disse saber da investigação em andamento na Corregedoria.
O delegado Roberto Krasovic, chefe de Mezher e, segundo ele, responsável por prestar esclarecimentos sobre o caso, não respondeu aos pedidos de entrevista.
Krasovic é o delegado chefe da Divisão de Portos, Aeroportos, Proteção ao Turista e Dignitários da Polícia Civil. Foram cinco tentativas para entrevistá-lo sobre Mezher.

EMPRESA NÃO FALA
Também desde quarta-feira, a reportagem tenta entrevistar os responsáveis pela Cerco Segurança, mas ninguém foi encontrado.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Domingos Paulo Neto, foi procurado ontem para se manifestar sobre o caso, mas também não atendeu ao pedido de entrevista.
A investigação sobre uma possível exploração de segurança privada por parte de Mezher está na Divisão de Apurações Preliminares da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, sob o comando do delegado José Boucinhas Neto. (ANDRÉ CARAMANTE)



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