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COMÉRCIO ILEGAL
Produtos irregulares da galeria Pagé encheram 15 mil sacos de 50 quilos; quatro pessoas foram presas
Polícia fecha galeria e apreende produtos
DA REPORTAGEM LOCAL
A galeria Pagé, conhecido ponto de venda de mercadorias contrabandeadas no centro de São
Paulo, foi fechada ontem por 200
policiais do Deic (Departamento
de Investigações sobre o Crime
Organizado) e 400 fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda. A
"Operação Cacique" foi realizada
das 9h às 17h. Ainda assim, segundo a polícia, apenas 60% do trabalho foi feito e a operação continuará a partir das 9h de hoje.
O Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) ficou
responsável pela vigilância do
prédio à noite, para evitar a retirada dos produtos apreendidos.
A galeria possui 12 andares e 170
lojas. Cerca de 15 mil sacos com
produtos foram apreendidos, cada um com capacidade para 50
quilos, e 300 pessoas foram levadas para prestar depoimentos no
Deic em processos sobre contrabando, descaminho e falsificação
de mercadorias. Quatro pessoas
foram presas em flagrante.
"Temos objetos contrabandeados, pirateados, produtos de receptação de roubo, quase todo
mundo aqui está passeando pelo
código penal", afirmou Arthur
Frederico Moreira, titular da Delegacia de Combate à Pirataria.
Os clientes foram retirados do
prédio no início da operação e alguns devolveram os produtos nas
lojas antes de sair.
A ação foi feita por ordem da
juíza Ivana Davi Boriero, do Dipo
(Departamento de Inquéritos Policiais), que expediu 16 mandados
de busca e apreensão no local.
De acordo com o delegado José
Clovis Cabrera, da Secretaria da
Fazenda, a fiscalização constatou
que das 170 lojas do local, 140 possuíam inscrição estadual. Destas,
cerca de 80% estavam em situação irregular e serão cassadas.
Cabrera afirmou que o Contru
(Departamento de Controle do
Uso de Imóveis) será acionado
para avaliar se a galeria oferece
riscos de segurança e, portanto, se
deve ser lacrada. Caso contrário,
as lojas que estão regularizadas
poderão ser reabertas.
O deputado Luiz Antonio Medeiros (PL-SP), presidente da CPI
da Pirataria, foi à galeria no início
da tarde. "A operação de hoje fortalece a CPI. Não estamos buscando os pequenos, os camelôs, e sim
os tubarões, os proprietários do
prédio", afirmou. A galeria Pagé
pertence a Reinaldo Kerlaquian,
que já depôs na CPI em Brasília.
Outros dois shoppings populares da região da 25 de Março fechados no último dia 20 funcionavam normalmente ontem. Enquanto isso, policiais da 1ª Delegacia do 1º DP apreendiam, também ontem, cerca de 100 mil bonecos falsificados de personagens
como Harry Potter e Batman, na
região da 25 de Março.
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