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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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COMÉRCIO ILEGAL

Produtos irregulares da galeria Pagé encheram 15 mil sacos de 50 quilos; quatro pessoas foram presas

Polícia fecha galeria e apreende produtos

DA REPORTAGEM LOCAL

A galeria Pagé, conhecido ponto de venda de mercadorias contrabandeadas no centro de São Paulo, foi fechada ontem por 200 policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) e 400 fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda. A "Operação Cacique" foi realizada das 9h às 17h. Ainda assim, segundo a polícia, apenas 60% do trabalho foi feito e a operação continuará a partir das 9h de hoje.
O Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) ficou responsável pela vigilância do prédio à noite, para evitar a retirada dos produtos apreendidos.
A galeria possui 12 andares e 170 lojas. Cerca de 15 mil sacos com produtos foram apreendidos, cada um com capacidade para 50 quilos, e 300 pessoas foram levadas para prestar depoimentos no Deic em processos sobre contrabando, descaminho e falsificação de mercadorias. Quatro pessoas foram presas em flagrante.
"Temos objetos contrabandeados, pirateados, produtos de receptação de roubo, quase todo mundo aqui está passeando pelo código penal", afirmou Arthur Frederico Moreira, titular da Delegacia de Combate à Pirataria.
Os clientes foram retirados do prédio no início da operação e alguns devolveram os produtos nas lojas antes de sair.
A ação foi feita por ordem da juíza Ivana Davi Boriero, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), que expediu 16 mandados de busca e apreensão no local.
De acordo com o delegado José Clovis Cabrera, da Secretaria da Fazenda, a fiscalização constatou que das 170 lojas do local, 140 possuíam inscrição estadual. Destas, cerca de 80% estavam em situação irregular e serão cassadas.
Cabrera afirmou que o Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) será acionado para avaliar se a galeria oferece riscos de segurança e, portanto, se deve ser lacrada. Caso contrário, as lojas que estão regularizadas poderão ser reabertas.
O deputado Luiz Antonio Medeiros (PL-SP), presidente da CPI da Pirataria, foi à galeria no início da tarde. "A operação de hoje fortalece a CPI. Não estamos buscando os pequenos, os camelôs, e sim os tubarões, os proprietários do prédio", afirmou. A galeria Pagé pertence a Reinaldo Kerlaquian, que já depôs na CPI em Brasília.
Outros dois shoppings populares da região da 25 de Março fechados no último dia 20 funcionavam normalmente ontem. Enquanto isso, policiais da 1ª Delegacia do 1º DP apreendiam, também ontem, cerca de 100 mil bonecos falsificados de personagens como Harry Potter e Batman, na região da 25 de Março.


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