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EDUCAÇÃO
Ministro defende mudanças para evitar crises no setor, que pode ser ultrapassado por instituições privadas
Para Dirceu, deve haver "revolução" na universidade pública
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) defendeu ontem uma "revolução" nas universidades públicas para evitar que sejam superadas por instituições privadas. Sem
dar detalhes, antecipou que essas
mudanças são polêmicas. "Esse é
um tema muito polêmico, o pau
vai comer como aconteceu na reforma da Previdência", disse.
Ontem, ao fazer palestra sobre
desenvolvimento para servidores
públicos no Palácio do Planalto,
Dirceu disse: "Infelizmente não
posso falar o que penso, mas vou
falar telegraficamente: o Brasil
precisa enfrentar o problema da
universidade pública".
Segundo ele, para manter a universidade pública e gratuita, como quer o governo, será preciso
revolucionar, "senão ela vai entrar em crise atrás de crise".
Para Dirceu, "o ensino particular começará a investir em pesquisa e melhorar a qualidade" por
pressão dos alunos. "Eles vão se
recusar a ir para a faculdade particular que não tenha qualidade,
mestres, doutores e laboratórios."
Dirceu disse ainda que o ministro Cristovam Buarque (Educação) convocou reitores para um
amplo debate. Mas isso não é o
suficiente: "A sociedade, os estudantes e os funcionários precisam
assumir isso com coragem".
Ele deu dica do que poderá mudar no setor a partir da Lei de Inovações. "Vamos mudar toda a relação da universidade com o empresariado, empresas, fundos de
investimento". Citou como bons
exemplos o ensino superior da
China e da Coréia do Sul.
Essa lei, que o governo quer alterar, foi aprovada na gestão Fernando Henrique Cardoso. Prevê a
criação de fundos setoriais para
custear pesquisas em áreas estratégicas. Ao falar sobre possíveis
mudanças, disse: "Vamos tomar
partido porque gostamos e somos
bons de disputa política e social".
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