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Abaixo da média, São Paulo perde de Rondônia e Sergipe
O Estado não conseguiu ultrapassar a média nacional em nenhuma das três áreas avaliadas pelos exames do programa
Sindicato das escolas particulares diz desconhecer quem participou; Inep informa que não pode divulgar as instituições
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os resultados do Pisa, sigla
em inglês do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, divulgados ontem pela
OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), revelam
que o Estado de São Paulo não
conseguiu ultrapassar a média
nacional em nenhuma das três
áreas avaliadas -ciências, leitura e matemática.
Na área de ciências, a média
paulista (385 pontos) é comparável à da Tunísia (África). No
caso da leitura (392 pontos),
eqüivale-se a Montenegro (Balcãs). Já em relação a matemática, com 370 pontos, os paulistas estão no mesmo nível dos
vizinhos colombianos.
Para o ministro Fernando
Haddad (Educação), o resultado de São Paulo requer "atenção" do governo federal.
"Com exceção do Distrito Federal, São Paulo é a maior renda per capita do país. Era de se
supor que pudesse trazer as
médias nacionais para cima. É
um resultado que surpreende,
exige alguma atenção e algum
diagnóstico do que se passa."
O petista Haddad falou com
cautela sobre o Estado governado pelo tucano José Serra,
que sucedeu os também tucanos Mário Covas (morto em
2001) e Geraldo Alckmin.
"No geral, os Estados mais ricos se saem melhor do que os
mais pobres. Essa é a regra geral. Há exceções à regra", completou o ministro.
Para a secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena
Guimarães de Castro, o tamanho do Estado explica o quadro. "Ao mesmo tempo em que
temos uma economia forte, temos todos os problemas existentes no Brasil. O fato de termos avançado enormemente
na oferta de escolas nos dá agora condições para melhorar a
qualidade de ensino", disse.
Na três áreas, São Paulo registrou média abaixo do Sudeste. Em ciências, a média da região ficou em 396 pontos, contra 385 do Estado. Em leitura, o
Sudeste teve 404 pontos, ante
392 de São Paulo. Em matemática, a diferença ficou em 378
contra 370.
O Distrito Federal lidera os
rankings de ciências e de matemática, seguido por Santa Catarina, que lidera a tabela de leitura. No outro extremo ficou o
Maranhão, com os piores resultados nas três áreas.
Além do Distrito Federal,
apenas oito Estados ficaram
acima da média nas três disciplinas: Espírito Santo, Minas
Gerais, Paraná, Rio de Janeiro,
Rondônia, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Sergipe.
Entre esses Estados, o ministro Haddad destacou Rondônia
e Sergipe, que, apesar das baixas médias de suas regiões
(Norte e Nordeste), conseguiram manter seus alunos acima
da média nacional nas três
áreas avaliadas.
Crítica
O presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de
Ensino no Estado de São Paulo), José Augusto de Mattos
Lourenço, questionou a validade do exame. "Nenhuma escola
associada ao sindicato respondeu à pesquisa. Então quem é
que respondeu?"
Ele diz que tentou obter a
resposta em e-mail endereçado
ao Inep há duas semanas, mas
teve retorno.
"Acho a comparação com outros países válida e importante,
mas eu só poderia falar sobre os
resultados se soubesse quais
escolas foram consultadas. Daí,
poderia até dizer se foram usados bons exemplos ou não."
O Inep informou que escolas
privadas de São Paulo fizeram
parte do Pisa. Por meio de sua
assessoria, o instituto disse que
é usado um critério "científico"
para definir a amostra das escolas e que, por conta disso, não
divulga a lista com os nomes
das instituições participantes.
Colaborou CINTHIA RODRIGUES
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