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Maranhão tem o pior resultado entre os Estados
DA AGÊNCIA FOLHA
A falta de qualificação dos
professores da rede pública foi
apontada por especialistas em
educação do Maranhão -dominado por décadas pelo clã
Sarney e agora nas mãos de
opositores do ex-presidente-
como a principal causa do fraco
desempenho do Estado no Pisa.
O programa avalia o nível
educacional de adolescentes de
15 anos por meio de provas de
ciências, matemática e leitura.
A média obtida pelos estudantes do Maranhão nas três provas do programa foi a mais baixa de todo o país.
Para a professora Conceição
Raposo, do curso de mestrado
em educação da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), além da falta de professores qualificados, o Estado padece de problemas sociais que
afetam a qualidade do ensino.
"O resultado [do programa]
tem coerência com os demais
indicadores do Estado. Grande
parte dos municípios do país
com o menor IDH [Índice de
Desenvolvimento Humano] está no Maranhão, a distribuição
de renda é ruim, a mortalidade
infantil é alta. Há uma série de
fatores sociais que a educação
sozinha não explica [o mau desempenho dos alunos]", disse
Raposo.
Segundo ela, o Estado expandiu o ensino médio de forma
muito rápida, sem ter professores qualificados para suprir a
demanda. Em 2002, apenas 58
dos 217 municípios do Maranhão tinham ensino médio na
rede pública. Desde 2005, o ensino médio público é ofertado
em todo o Estado.
Desqualificação
Um exemplo da falta de docentes foi o concurso feito no
final de 2005 para contratação
de professores para a rede pública, que ficou com cerca de
300 vagas sem preenchimento.
"Teve localidade que ninguém se inscreveu porque não
tinha professor habilitado. Em
outros municípios, os candidatos se inscreveram, mas não
passaram", disse Odair José
Santos, presidente do Sindicato
dos Professores da Rede Pública do Maranhão.
Como conseqüência do problema, disse Santos, há, por
exemplo, professores de pedagogia dando aula de matemática e docentes de história ministrando física. Para o professor,
os baixos salários também não
incentivam a formação de novos professores.
A supervisora de avaliação da
Secretaria da Educação do Estado, Silvana Machado, informou, por meio da assessoria de
imprensa, que o atual governo
tem a educação como uma de
suas prioridades e que é difícil
romper com o descaso com que
a área foi tratada durante os últimos 40 anos, em referência
aos governos anteriores.
De acordo com ela, muitos
dos alunos avaliados cursavam
ainda o ensino fundamental, e
não o ensino médio, por causa
da grande defasagem idade/série que existe entre alunos do
Estado.
(SÍLVIA FREIRE)
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