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Governo dá crédito para casas e móveis
DANIELA NAHASS
free-lance para a Folha
O governo federal anunciou ontem medidas para atender a população atingida pelas enchentes
nos Estados do Rio, de Minas e
São Paulo. Dentre elas, a reconstrução de casas para a população
de baixa renda (que ganha até um
salário mínimo) e a abertura de
uma linha de crédito na Caixa
Econômica Federal para financiar
a compra de eletrodomésticos e
móveis perdidos na enchente.
O financiamento também será
estendido às famílias de classe
média e média-baixa para a reconstrução ou reforma das casas
invadidas pelas águas. Durante
um período determinado, a Defesa Civil ainda vai fornecer cestas
básicas e kits de limpeza.
Estas medidas são complementares à liberação da verba de R$ 5
milhões que já está disponível no
Ministério da Integração Nacional. O secretário da Defesa Civil
do ministério, Pedro Sanguinetti,
disse que esse dinheiro será usado
apenas na fase emergencial, que
deve durar cerca de 15 dias.
Os R$ 5 milhões liberados ontem serão utilizados na compra
de alimentos, medicamentos e
alojamento dos desabrigados.
Sanguinetti não soube explicar
como será priorizada a distribuição do dinheiro. Afirmou apenas
que os prefeitos precisam enviar
um ofício ao ministério.
O prefeito de Itajubá (sul de Minas), Francisco Marques (PSDB),
já enviou o seu pedido. Dentre
outras coisas, o prefeito solicita
5.000 quilos de arroz, 5.000 quilos
de feijão, 5.000 latas de óleo, além
de medicamentos e colchões.
"Vamos atender primeiro Itajubá, mas não é porque o presidente
visitou a cidade", disse.
Sanguinetti não soube informar
quanto o governo federal vai gastar com as medidas complementares anunciadas ontem, mas disse que a área econômica lhe garantiu que não vai faltar dinheiro
para atender as emergências. "Só
poderemos fazer uma avaliação
real dos prejuízos depois que as
águas abaixarem", afirmou.
O secretário reclamou da falta
de ações preventivas, de responsabilidade de outros órgãos do
governo, que poderiam evitar ou
amenizar os efeitos das enchentes. "Os órgãos setoriais, como a
Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano, deveriam fazer
ações preventivas, mas, na prática, isso não acontece. Para a Defesa Civil só cabe reconstruir."
Segundo Sanguinetti, somente
em novembro a área econômica
do governo começou a liberar as
verbas previstas para o Ministério
da Integração Regional no Orçamento de 1999.
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