São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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SP tem 35 fiscais para todo o setor

DA REPORTAGEM LOCAL

A melhoria das condições sanitárias e da qualidade dos alimentos oferecidos pelos restaurantes self-service só deve acontecer quando a população aprender a denunciar as irregularidades.
Essa é a opinião de Waldemar José Sá de Azevedo, 47, diretor técnico do departamento de inspeção municipal de alimentos da Semab (Secretaria Municipal de Abastecimento).
Mas, mesmo que as denúncias fossem mais frequentes, dificilmente a Semab conseguiria atender a demanda. Há apenas 35 técnicos para fiscalizar todo o comércio varejista de alimentos na cidade, mais de 80 mil estabelecimentos. Apenas sete funcionários trabalham com surtos de intoxicações alimentares.
No ano passado, das 3.789 denúncias recebidas, 51% foram verificadas no local pelos técnicos. Houve no período 577 interdições, segundo a Semab.
O universo de restaurantes self-service ainda é um enigma para a Semab, que inicia neste ano um recadastramento para criar um novo cronograma de fiscalização.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos estima que existam na capital cerca de 5.000 restaurantes, sendo que 50% seriam "por quilo".
As fiscalizações são feitas basicamente a partir de denúncias. Segundo Azevedo, a partir da municipalização da Vigilância Sanitária, a idéia é criar 39 equipes (com cinco funcionários cada). "Temos de descentralizar esse serviço, criar mais canais que possibilitem a denúncia", diz.
Segundo ele, os donos de restaurantes são treinados na Semab antes de obter o alvará de funcionamento. Além disso, recebem material informativo. "Se existem tantas irregularidades, não é por falta de informação", diz.
O médico Alexandre Momesso acha os comerciantes despreparados. "A maioria não sabia qual a temperatura adequada para a exposição dos alimentos", afirma. Para ele, falta rigor da prefeitura na hora de expedir o alvará de funcionamento de restaurantes.
Para ele, os donos deveriam ser obrigados a colocar termômetro nos balcões para que o cliente pudesse fiscalizar a temperatura.
Segundo Azevedo, o novo código sanitário, que passa a vigorar neste ano em São Paulo, já prevê a obrigatoriedade desse item.


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