São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FAVORITAS

Nenê de Vila Matilde e Peruche também empolgaram o público e correm por fora

Vai-Vai e Gaviões podem repetir 99 e dividir o título de campeã

Almeida Rocha/Folha Imagem
Componente da bateria da Vai-Vai, uma das escolas favoritas do desfile, que tinha seus integrantes vestidos como pilotos de Fórmula 1, em alusão a Ayrton Senna


da Reportagem Local

A Vai-Vai pode se tornar tricampeã do Grupo Especial das escolas de samba de São Paulo este ano. A escola foi a última a entrar na avenida ontem e sacudiu o público, que gritou "é tricampeã" no final do desfile. A apuração acontece amanhã.
Anteontem, no primeiro dia de desfile, a Gaviões da Fiel também agitou a platéia. A julgar pela empolgação das pessoas que estavam no Sambódromo de São Paulo, o resultado deste ano pode repetir o do ano passado, quando as duas escolas dividiram o título de campeã do carnaval paulistano.
A Vai-Vai levou para a avenida o período mais atual da história do país. O governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira (PSDB), foi destaque do carro alegórico das Diretas-Já. Oliveira, quando deputado federal, foi o autor da proposta de emenda constitucional que restabelecia a eleição direta para presidente da República. O movimento aconteceu em 1984.
Um carro trazia sósias do ex-presidente Fernando Collor, sua mulher, Rosane, e seu ex-tesoureiro, Paulo César Farias. Modelos desfilaram sobre jet-skis e, na frente do carro, esculturas de porcos presos simbolizavam o confisco da poupança.
Outro carro alegórico simbolizava o Plano Cruzado, com esculturas de uma dona-de-casa, representando os fiscais do Sarney, e o senador vestido de dom Quixote. O destaque principal da escola foi a modelo Joana Prado, a Feiticeira.
Outras duas escolas que desfilaram na noite de anteontem correm por fora na disputa. A Nenê de Vila Matilde exaltou a era Vargas, a Revolução Constitucionalista de 32 e a criação da Rádio Nacional e da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A escola empolgou o público, mas pode perder pontos porque a escultura de um de seus carros, que trazia um trabalhador empunhando uma picareta, quebrou ao passar pelo portão que dá acesso à avenida. A mão da estátua ficou pendurada até o meio do desfile e depois caiu. Ninguém se feriu.
A Nenê também deve perder pontos no quesito comissão de frente, que tinha alguns integrantes sem chapéu.
A surpresa da noite foi a Unidos do Peruche. O refrão fácil do enredo, que contou a história do segundo império, com dom Pedro 2º, fez o público cantar a melodia do começo ao fim do desfile. O ator Norton Nascimento, em um carro alegórico, representou a libertação dos negros.
(ALENCAR IZIDORO, ALESSANDRO SILVA e CHICO DE GOIS)


Texto Anterior: Desafinando a história - Manolo Florentino: A ideologia pede passagem
Próximo Texto: Carro que leva Feiticeira emperra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.