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Fogo atinge
25% de
Roraima
ALTINO MACHADO
da Agência Folha, em Boa Vista
Cerca de 25% da área do Estado
de Roraima está sendo atingida
por focos de incêndios causados
pela estiagem, segundo o secretário-adjunto da Agricultura, Pedro
Estevão.
O fogo atinge áreas de pastagem
natural e floresta, principalmente
no norte do Estado. A área mais
prejudicada é a floresta de Apiaú,
a oeste da capital Boa Vista, onde
estão assentadas 1.500 famílias de
agricultores.
Consequência do fenômeno El
Niño, a estiagem obrigou a decretação do estado de calamidade em
Roraima em 22 de janeiro.
Desde 2 de fevereiro, o Ibama
vem proibindo as queimadas controladas -para preparação de
áreas agrícolas-, para evitar novos focos. O Ibama também montou equipes para orientar a população a evitar o fogo.
Segundo o Distrito de Meteorologia do Ministério da Agricultura, só deve voltar a chover na região por volta de 20 de abril.
Cerca de 12 mil cabeças de gado
já morreram. A previsão do governo é que cerca de 100 mil -25%
do rebanho do Estado- pereçam
até o fim da estiagem, causando
prejuízos de R$ 40 milhões.
O governador Neudo Campos
(PPB) está pedindo a diversos ministérios pelo menos R$ 15 milhões em recursos emergenciais.
Desde janeiro, foram desviados
R$ 2 milhões do Orçamento estadual para o combate aos efeitos da
estiagem.
Foram construídos, em pequenas propriedades rurais, 4.134
açudes e 1.313 poços semi-artesianos. Segundo o governo, isto equivale a apenas 30% das necessidades do Estado.
Segundo o secretário do Planejamento, César Mansoldo, o governo do Estado está preocupado
com as consequências econômicas
da estiagem em um prazo "de dois
a três anos".
Florestas onde ficam três aldeias
indígenas ianomâmis, na região
dos municípios de Alto Alegre,
Mucajaí e Ajarani, no oeste de Roraima, estão sendo destruídas pelo
fogo. Não há risco de as aldeias serem atingidas pelo fogo.
Mas a estiagem está prejudicando a criação de gado mantida pelos índios. Para beber água em
açudes, o gado tem de percorrer
cerca de 6 km.
Segundo o diretor da CCPY (Comissão Pró-Yanomâmi), Carlos
Zacquini, as tribos da região correm o risco de passar fome por
causa da estiagem.
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