São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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Dois depõem em investigação no Rio

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A comissão especial criada pelo governo do Estado do Rio para investigar a polícia ouviu ontem, no Ministério Público Estadual, os depoimentos do comandante da PM, coronel Sérgio Cruz, e da ex-titular da Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente Márcia Julião.
O comandante da PM, acusado na comissão pela ex-ouvidora da Secretaria da Segurança Pública Julita Lengruber de não apurar 56 denúncias de crimes de extorsão, sequestro e tráfico de drogas envolvendo PMs, entregou à comissão a apuração dos casos. "Tudo que interessava a comissão foi respondido", disse Cruz.
Após o depoimento, Cruz defendeu a promoção do major Alexandre Rosseti, condenado há mais de dois anos pela Justiça por receber propinas de banqueiros do jogo do bicho. "Ele foi condenado em primeira instância e não foi ainda transitado e julgado. Para a instituição, o major é inocente", disse o coronel.
Cruz afirmou que o major substitui eventualmente o subcomandante da corporação desde 1997.
O comandante da PM negou que o afastamento do coronel Valdemir Martins da Ouvidoria da instituição tenha relação com as denúncias. "Ele foi para a reserva da Ouvidoria pelo critério de cota compulsória e não em virtude das denúncias", disse Cruz.
A ex-ouvidora Julita Lengruber afirmou que a aposentadoria de Martins e a promoção de Rosseti são provas do corporativismo da PM que impede a punição de policiais envolvidos com suposta corrupção, pois Martins funcionaria como elo entre a PM e a Ouvidoria.
Com relação as investigações sobre a possibilidade de o traficante Marcinho VP estar escondido no morro do Vidigal, o coronel disse que o secretário da Segurança Pública do Estado, Josias Quintal, mandou a polícia "falar menos e prender mais".
Acusada de receber propinas de donos de motéis e boates do Rio, para facilitar a entrada de menores nesses estabelecimentos, a delegada Márcia Julião depôs ontem, mas preferiu não falar não comentar as acusações.


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