São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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Novo coordenador elogia Soares

da Sucursal do Rio

Em sua primeira entrevista como coordenador de Segurança Pública e Justiça do Rio, o coronel PM Jorge da Silva anunciou que implementará no cargo a mesma política que defendia em 1991, quando ocupou a subsecretaria de Segurança no segundo governo de Leonel Brizola.
"A polícia deve ter outro foco de atuação, valorizando a proteção dos cidadãos e não a guerra nas ruas", disse Silva, 56 anos.
"Minhas idéias permanecem as mesmas de dez anos atrás, o que mudou foi a compreensão da sociedade sobre os temas dos direitos humanos e da cidadania", afirmou, fazendo alusão ao trabalho realizado ao lado do secretário de Polícia Militar Carlos Magno Nazareth Cerqueira, assassinado em setembro de 1999.
O coronel compareceu ao encontro com a imprensa acompanhado pelo secretário-executivo do governo, Luiz Rogério Magalhães, pelo secretário de Segurança, Josias Quintal, e pelo chefe da Polícia Civil, Rafik Louzada.
"Estou aqui para dar continuidade aos projetos desenvolvidos, como a Delegacia Legal, por exemplo. Poderei modificar um detalhe ou outro num projeto, por questão de personalidade, mas todos serão levados adiante sem nenhum problema", disse.
Assim como seu antecessor, o sociólogo Luiz Eduardo Soares, o novo coordenador terá uma relação hierárquica dúbia com o secretário de Segurança Josias Quintal, não ficando claro quem é subordinado a quem. "Minha função é zelar pela aplicação do programa de governo para a área", disse Silva. "Mas quem manda é o coronel Josias", completou Luiz Rogério Magalhães.
Jorge da Silva elogiou Luiz Eduardo Soares e lamentou não poder contar com "algumas pessoas" da equipe de seu antecessor: "São especialistas, da maior competência. Infelizmente, devido às circunstâncias da saída de Luiz Eduardo, não se poderá contar com eles. Azar o meu", disse.
Quando estavam à frente da Secretaria de Segurança no governo Brizola, Cerqueira e Silva foram acusados de conivência com o tráfico de drogas, pois defendiam uma ação menos violenta da polícia nas favelas e comunidades carentes.
Ao ser indagado se os policiais não ficariam incomodados com outro coordenador que "só fala em direitos humanos", o chefe da Polícia Civil Rafik Louzada respondeu: "Só espero que não cuidem apenas dos direitos humanos dos bandidos, esquecendo os direitos humanos dos policiais".
Josias Quintal anunciou mudanças nas subsecretarias de sua Pasta, que serão reduzidas de 4 para 3. As subsecretarias de Operações e Assuntos Especiais serão reunidas numa única subsecretaria de Planejamento Estratégico. "O novo subsecretário será um policial militar", disse Quintal.
A subsecretaria de Administração permanecerá como está. A subsecretaria de Informação e Cidadania receberá o nome de subsecretaria de Cidadania e Direitos Humanos e terá como titular "uma civil", segundo Quintal.


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