São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresas ainda avaliam se vale usar o Rodoanel

Transportadora diz que precisa analisar impacto nos custos de suas operações

Reportagem da Folha na semana passada mostrou que carro de passeio gasta até 50% mais, entre pedágio e combustível, pela nova rota

DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes empresas do setor de transportes ainda devem aguardar um período de mais um mês até decidir se compensa, em custos e produtividade, trocar a rota marginal Pinheiros-avenida dos Bandeirantes pelo trecho sul do Rodoanel.
Essa é a avaliação de André Stern, gerente em São Paulo da Coopercarga, que opera com cerca de 1.500 caminhões, controla terminais de contêineres em Itajaí, Paranaguá e Santos e tem clientes como Nestlé, Sadia, Unilever e Seara.
Ao menos nos primeiros dias, conforme balanço da Secretaria de Estado dos Transportes, o trecho sul do Rodoanel confirmou sua esperada vocação para o tráfego de cargas.
No primeiro dia de operação, a partir das 6h de quinta, os veículos pesados representaram 35% do tráfego. Só na quinta, 29 mil veículos passaram pelo trecho sul, mas na Sexta-Feira Santa com 24 horas de operação, o número caiu para 25,5 mil e somente 5% eram caminhões e ônibus.
A Coopercarga, por exemplo, já transferiu para o trecho sul quase todo o tráfego de caminhões para o porto de Santos, mas ainda vai avaliar como essa mudança impactou nos custos.
Na semana passada, a Folha mostrou que um carro de passeio gastava até 50% mais, entre combustível e pedágio, ao optar por chegar ao início da Imigrantes pelo Rodoanel, na comparação com a rota antiga.
Para a entidade, ficou cerca de 50 km mais longa a viagem ida e volta entre seu centro de logística, no km 18 da rodovia Anhanguera, e o terminal que mantém em Santos.
Além disso, a partir de 2011 haverá praças de pedágio no trecho sul, cujo preço ainda será estabelecido quando ele for concedido à iniciativa privada. O teto da tarifa é de R$ 6,00.
"Existe um ganho de produtividade [número de viagens/ dia por caminhão, com a redução do tempo], mas vamos ver como a distância vai onerar nos custos", afirmou Stern.
Segundo ele, se houver muita alta do custo em um ambiente de grande concorrência, parte das transportadoras pode repensar a opção pelo Rodoanel.
Stern afirma que só haverá ganhos de eficiência significativos quando forem resolvidos outros gargalos no transporte, porque caminhões ficam muito tempo na carga e descarga.
Assim, o tempo ganho com a troca da rota marginal Pinheiros-avenida dos Bandeirantes seria menos importante no cálculo do custo com o transporte.



Texto Anterior: Rodoanel livra Bandeirantes de caminhões
Próximo Texto: Entrevista: "Eficácia da via dependerá de pedágio urbano"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.