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entrevista
"Eficácia da via dependerá de pedágio urbano"
ALEXANDRE NOBESCHI
DA REDAÇÃO
A melhora nos índices
de lentidão provocada pelo trecho sul do Rodoanel
pode ter efeito limitado
caso não haja renovação
da frota e não seja implantado o pedágio urbano, segundo o engenheiro Creso
de Franco Peixoto, mestre
em transportes. Leia abaixo trechos da entrevista.
FOLHA - Com a inauguração
do trecho sul do Rodoanel,
houve uma redução de cerca
de 40% no número de caminhões na avenida dos Bandeirantes. Qual a análise que se
pode fazer desse dado?
CRESO DE FRANCO PEIXOTO
- O
dado referente à avenida
dos Bandeirantes é belíssimo. Quando há retirada de
20% da frota de caminhões de uma via, a velocidade dos automóveis varia
sensivelmente. Porque o
caminhão demora para retomar a velocidade e ganhar movimento, causando reflexo no trânsito.
FOLHA - Quanto essa melhora pode durar?
PEIXOTO
- Na Grande São
Paulo, há 3 milhões de carros irregulares. Desses, estimo que a metade está
propensa a quebrar. O foco é retirar os carros velhos das rua para não se
perder a eficácia do Rodoanel. Aplicar uma sobretaxa em veículos com
mais de 20 anos e implantar o IPVA regressivo. E
também, o óbvio, é investir em transporte público.
São Paulo precisa de uma
rede de 200 km de metrô.
FOLHA - Quando o pedágio
do trecho sul começar a ser cobrado, os caminhões podem
voltar para o caminho antigo?
PEIXOTO
- A única opção
para isso não acontecer é o
pedágio urbano nas vias
que cortam a capital.
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