São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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entrevista

"Eficácia da via dependerá de pedágio urbano"

ALEXANDRE NOBESCHI
DA REDAÇÃO

A melhora nos índices de lentidão provocada pelo trecho sul do Rodoanel pode ter efeito limitado caso não haja renovação da frota e não seja implantado o pedágio urbano, segundo o engenheiro Creso de Franco Peixoto, mestre em transportes. Leia abaixo trechos da entrevista.

 

FOLHA - Com a inauguração do trecho sul do Rodoanel, houve uma redução de cerca de 40% no número de caminhões na avenida dos Bandeirantes. Qual a análise que se pode fazer desse dado?
CRESO DE FRANCO PEIXOTO
- O dado referente à avenida dos Bandeirantes é belíssimo. Quando há retirada de 20% da frota de caminhões de uma via, a velocidade dos automóveis varia sensivelmente. Porque o caminhão demora para retomar a velocidade e ganhar movimento, causando reflexo no trânsito.

FOLHA - Quanto essa melhora pode durar?
PEIXOTO
- Na Grande São Paulo, há 3 milhões de carros irregulares. Desses, estimo que a metade está propensa a quebrar. O foco é retirar os carros velhos das rua para não se perder a eficácia do Rodoanel. Aplicar uma sobretaxa em veículos com mais de 20 anos e implantar o IPVA regressivo. E também, o óbvio, é investir em transporte público. São Paulo precisa de uma rede de 200 km de metrô.

FOLHA - Quando o pedágio do trecho sul começar a ser cobrado, os caminhões podem voltar para o caminho antigo?
PEIXOTO
- A única opção para isso não acontecer é o pedágio urbano nas vias que cortam a capital.


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