São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Movido a café, João Donato vara as madrugadas

DA REVISTA DA FOLHA

A madrugada foi feita para músicos e pensadores". Rápido assim, o pianista e compositor acreano João Donato, 72, classifica o período em que se sente mais disposto a trabalhar. Na beira-mar da Urca, Rio, ao meio-dia de uma quinta-feira, depois de pagar contas no banco, divaga sobre "recarregar sua bateria ao sol", bateria que certamente vai ser usada até 4h ou 5h do dia seguinte, horário em que costuma ir dormir.
Donato não sofre de insônia, não é "daqueles que ficam deitados, de olhos colados na parede". "Tenho que aproveitar o momento em que todos vão dormir para tocar e compor. Durante a noite, faz mais silêncio."
Movido a café e água, Donato vara madrugadas ao piano. Ele adora: "Quando está sozinho é que você encontra o melhor que existe em você."
É assim também para Luiz Paulo Baravelli, 64, figurão do cenário paulistano das artes plásticas.
"Se preciso conversar com alguém, converso com meus livros, ouço música. Não faço muita questão de falar com pessoas", afirma. "Pintores levam vidas muito solitárias e auto-suficientes. São uns chatos de galocha."
O horário de dormir é às 7h. O de acordar, às 15h. "Às 20h, almoço; às 22h, já estou no estúdio; às 2h, janto. Todo dia é igual."
A casa dele, numa área de 4.000 m2 na Granja Viana, é o ambiente ideal para as figurações e abstrações de seus quadros e esculturas. Um lugar isolado, para acentuar a tranqüilidade das madrugadas.


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