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Prefeitura deve vender
rua em Belo Horizonte
para grupo fazer hotel
Empresa pode pagar R$ 3,5 milhões para erguer hospedagem de luxo em via pública
LUCIANA DYNIEWICZ
DE SÃO PAULO
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Araújo de Lacerda
(PSB), deve sancionar hoje
um projeto de lei que permitirá a venda de um trecho de
uma rua da cidade.
O pedaço de 1.700 m2 da
via Musas, no bairro Santa
Lúcia, já tem preço e dono:
R$ 3,5 milhões serão pagos
pelo Grupo Tenco. A empresa
construirá no local, que não é
pavimentado, um hotel cinco
estrelas com 240 quartos.
O projeto de lei que autoriza a venda do trecho da rua já
foi desenvolvido com esse
objetivo. Eduardo Gribel,
presidente da empresa, afirma que desde julho de 2010
vem negociando a compra
com a prefeitura.
O texto foi apresentado, no
entanto, com a justificativa
de incrementar a infraestrutura turística da capital mineira para receber os turistas
na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.
A prefeitura nega que o valor tenha sido fixado em R$
3,5 milhões e que a venda para o grupo esteja garantida.
O presidente da Tenco,
Eduardo Gribel, no entanto,
planeja iniciar a construção
em julho. Ele afirma que o
projeto da obra já foi até protocolado na prefeitura.
Os moradores da rua, de
apenas 12 casas, souberam
da venda pela imprensa e
querem tentar impedir a
construção do prédio, que terá oito andares.
Para o professor Jacyntho
Brandão, que mora na rua há
25 anos, o negócio "só beneficiará um interesse privado".
Ele questiona a maneira
como a lei foi feita, sem que
houvesse um comunicado
aos moradores da rua ou audiências públicas.
Para a presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil
em Minas Gerais, Cláudia Pires, o hotel vai modificar o
desenho urbano do bairro,
que é residencial, e poderá
causar danos ao ambiente.
Na próxima semana, um
grupo deve ser reunir com
deputados estaduais. O Ministério Público está analisando o caso.
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