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Governo vai pedir urgência
AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília
O projeto que proíbe a venda
de armas de fogo tem grande
possibilidade de ser examinado
diretamente pelo plenário da
Câmara, sem a necessidade de
passar pelas comissões temáticas da Casa.
O governo vai pedir urgência
para a aprovação do projeto,
que será anexado às 15 propostas sobre o tema que tramitam
na Câmara.
Uma dessas propostas já está
pronta para ser avaliada pelo
plenário. Com o pedido de urgência, mesmo com o governo
defendendo as medidas propostas pelo seu projeto, as alterações ao texto já relatado e
analisado pelas comissões temáticas serão avaliadas pelo
próprio plenário. Dessa forma,
o texto não precisaria voltar
para as comissões.
Atropelo
O envio do projeto pelo governo causou a revolta de deputados federais que já tratavam o tema.
Os deputados Dr. Rosinha
(PT-PR) e Luiz Bittencourt
(PMDB-GO) têm projetos que
também proíbem a venda de
armas em todo o Brasil.
""Foi uma posição autoritária,
vaidosa e arrogante do governo", disse Bittencourt. ""O governo precisava de humildade
para fazer sugestões aos projetos que estão tramitando, em
vez de mandar outro ao Congresso."
Para o deputado do PMDB, o
governo só quis ""faturar politicamente" ao enviar o projeto.
""O projeto do governo consolida algumas idéias e acrescenta outras", responde o ministro Renan Calheiros (Justiça). Para o ministro, "o envio
do projeto foi um passo concreto". "O Congresso vai ter de
votar o tema em um prazo curto, em regime de urgência."
Não foi a primeira vez que o
governo ""atropelou" -na definição de Bittencourt- as discussões que tramitam no Congresso. Na opinião do deputado, ocorreu o mesmo com temas como reformas tributária
e agrária.
Por outro lado, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, tem sido costume o Congresso só acelerar a aprovação
de propostas depois de um sinal claro do governo.
Nesse caso, o envio do projeto, marcado por um ato no Palácio do Planalto com direito a
discurso de FHC, deve iniciar a
mobilização da base governista
sobre o tema, o que aumenta a
chance de aprovação mais rápida da proposta.
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