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CONTRA A PROIBIÇÃO
Estado não pode impedir autodefesa
da Reportagem Local
O Estado só pode proibir a venda
e a posse de armas se for capaz de
fornecer condições de segurança a
toda a população, dizem, nessas ou
noutras palavras, os opositores da
nova lei de desarmamento.
"Como não é capaz de fazê-lo, o
Estado não pode impedir que os cidadãos defendam a própria vida e
a segurança", afirma o advogado
Celso Bastos, especializado em direito civil, que, apesar de ser contrário à lei, não possui uma arma.
Mas há outros argumentos contrários à proposta, inclusive de ordem jurídica, diz ele.
"A lei ofende o direito de cada
um defender sua vida. A Constituição prevê ao cidadão o direito à
posse de uma arma, na minha opinião. É o direito à vida, previsto no
artigo 5º", diz ele.
O direito à vida do artigo 5º é o
mesmo texto usado pelos defensores do desarmamento.
Para o desembargador Álvaro
Lazzarini, o problema não está na
proibição, mas no recolhimento
das armas vendidas legalmente.
"A pessoa adquiriu a arma na
forma da legislação vigente e tem
direito adquirido. Parece uma desapropriação, mas a lei que rege essa operação exige que o objeto desapropriado seja especificado."
Há ainda as alegações de ordem
prática, que evocam dificuldades
na hipótese de um confronto com
bandidos. São várias.
"Quanto maior a proibição, mais
os bandidos estarão à vontade para
atuar sobre a população que saberão desarmada", diz o mesmo Celso Bastos.
"A lei não vai impedir que os
bandidos obtenham armas ilegalmente, por contrabando", declara
Athos Pisoni, técnico da equipe
brasileira de tiro olímpico.
"Desarmamento não impede o
homicídio. Os bandidos acabarão
achando um outro meio de coação,
mesmo sem arma de fogo", afirma
Paulo Gambi, vice-presidente da
Federação Paulista de Tiro Prático.
Gambi também ressalta que
muitas armas que acabam na ilegalidade são roubadas de empresas
de segurança, uma fonte de armamento ilegal que ficará aberta.
Sobre isso, o juiz Antônio Celso
Aguilar Cortez, membro do conselho da Associação Juízes para a Democracia, cobra mais rigor.
"A legislação que regula as empresas de segurança tem que aumentar a responsabilidade pelo
extravio de armas."
Por fim, culpa-se os donos de armas que não têm conhecimento
para usá-las e, com isso, engrossam as estatísticas de acidentes e
homicídios com armamento.
"Por que não se cobra a realização de um curso, como o que se faz
para tirar carteira de motorista?",
pergunta Lamberto Ramenzoni,
atleta praticante de tiro.
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