São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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"Podem me prender", diz médico

da Agência Folha, em Campo Grande

O cardiologista João Jazbik Neto, 51, que tem cinco fazendas no Pantanal e cerca de 10 mil cabeças de gado, disse que "fatalmente" será preso caso seja aprovado o projeto que proíbe armas no Brasil.
Segundo ele, é "um absurdo" que fazendeiros tenham de andar desarmados no campo. Jazbik pertence ao Clube de Tiro da cidade e tem uma coleção de 20 armas.

Agência Folha - O que o sr. fará caso seja aprovada a nova lei?
João Jazbik Neto -
Eu vou continuar andando armado na fazenda. A polícia pode até me prender, mas eu queria saber se o governo vai tomar os fuzis, as granadas e as metralhadoras dos bandidos.
Agência Folha - Não há outra forma de se proteger no campo?
Jazbik -
Não vejo outra forma. Eu compro as armas e forneço até as balas para os meus peões. Quando algum deles mata uma onça, dou-lhe um bezerro e uma muda de roupa nova de presente. O meu prejuízo é imenso com ataque de onças. Só numa fazenda, eu perdi 17 cabeças de gado, 2 potros, 20 carneiros, cabritos e porcos. É comum a gente estar "mexendo" com o gado e ter uma onça seguindo a gente no mato.
Agência Folha - Que solução o senhor sugere?
Jazbik -
Sou contra o desarmamento. Essa lei é absurda. Acho que a saída é dar subsídios aos nossos policiais: salários, armamentos e formação. Tem de dar a eles condições de enfrentar os bandidos. Mas, hoje em dia, eles são até proibidos de matar bandido.


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