|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EFEITO
Lei que veta a venda de armas em todo o Estado entra em vigor amanhã e causa crescimento de 20% nas vendas
Proibição causa corrida às lojas no Rio
da Sucursal do Rio
A proibição da
venda de armas
de fogo no Estado do Rio provocou uma corrida às lojas especializadas, levando a um aumento de pelo 20% nas vendas às
vésperas da sanção da lei.
A estimativa foi feita pela ANPCA (Associação Nacional dos Proprietários e Comerciantes de Armas de Fogo).
Sancionada na sexta-feira pelo
governador Anthony Garotinho
(PDT), a nova legislação que proíbe o comércio de armas de fogo,
acessórios, munições e afins em todo o Estado, deve entrar em vigor
amanhã, após ser publicada no
"Diário Oficial".
Segundo Garotinho, a fiscalização será normatizada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública
na próxima semana.
Com a nova lei, apenas forças de
segurança (Polícias Civil e Militar,
bombeiros, Forças Armadas e firmas de segurança) poderão comprar armas de fogo legalmente.
Quem descumprir a lei, estará
sujeito a multas que vão de R$ 10
mil e R$ 50 mil, além de interdição
do estabelecimento em caso de
reincidência.
"As vendas vão cair em 40%", diz
Kilder Alvim, 38, proprietário da
Guns and Security, loja com três filiais no Estado do Rio.
Segundo Alvim, a perda de clientes tradicionais como empresários, médicos, comerciantes e juizes, vai levar à demissão de metade
dos 36 funcionários.
Para Frederico Pedrosa Monteiro, 37, relações públicas da ANPCA, o Rio deverá perder cerca de
4.000 empregos diretos e indiretos.
Monteiro diz que a proibição estimulará o mercado negro, aumentando o descontrole.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio estima que há 1,3 milhão
de armas no Estado, sendo 800 mil
ilegais.
"Os bandidos assaltam o cidadão
que tem uma arma, roubam, matam e ainda ficam com a arma", diz
o deputado estadual Carlos Minc
(PT), co-autor do projeto de lei
proibindo o comércio de armas.
No Rio, há 18 lojas especializadas
na venda de armas de fogo, com
cerca de 400 pessoas empregadas,
segundo Minc.
Campanha
Segundo o antropólogo Rubem
César Fernandes, 56, coordenador
da organização não-governamental Viva Rio, idealizadora da campanha "Rio, abaixe essa arma", o
movimento já arrecadou cerca de
300 mil assinaturas pedindo a
aprovação do projeto de lei que
proíbe o comércio de armas e munições no país, enviada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ao Congresso.
O ministro Renan Calheiros
(Justiça) diz que o projeto deve ser
votado dentro de um mês.
Calheiros esteve no Rio na sexta-feira e participou da solenidade no
Palácio Guanabara na qual o governador do Rio sancionou a nova
legislação estadual.
Texto Anterior: Setor gera poucos empregos Próximo Texto: Novas pesquisas municiam os dois lados Índice
|