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Ambulantes dizem que vão enfrentar fiscais
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora não saibam exatamente como vão se organizar quando
a GCM iniciar a fiscalização, os camelôs da região central afirmam
duas coisas: que vão enfrentar o
policiamento e que saem das ruas
se a prefeitura oferecer uma alternativa de trabalho.
Um camelô que não quis se
identificar disse que não vai parar
de trabalhar, mesmo não tendo
TPU (Termo de Permissão de
Uso). "A gente vai enfrentar [a
polícia]. Só sai se vier a tropa de
choque", afirmou.
"Estamos todos desempregados. Nossa sobrevivência é essa",
afirma outro camelô que também
preferiu não se identificar. Ele
afirmou ser legalizado, mas não
quis mostrar a TPU e disse estar
preocupado com os colegas. Segundo ele, "quando a polícia chegar, vai ter confusão".
A Subprefeitura da Sé afirmou
que a idéia é sempre evitar o confronto. Para isso, existem algumas
estratégias, como, por exemplo,
ocupar as ruas antes da chegada
dos camelôs e impedir que eles
montem as suas barracas.
No entanto, mesmo nesses casos, os ambulantes prevêem confronto. Eles afirmam que, se a
GCM ocupar as ruas, eles vão se
organizar e obrigar o comércio a
fechar as portas.
O secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano, não quis
comentar as ameaças.
Além das ameaças e previsões
de confusão, os camelôs afirmam
que o trabalho como ambulante
foi a solução que encontraram para o problema do desemprego. "A
Marta vai dar outro trabalho pra
gente? Ou vai deixar a gente de
braços cruzados?", questionam.
Em meio a perguntas e manifestações indignadas, os camelôs dizem que, no ano passado, se cadastraram num programa da prefeitura, "mas não deu em nada".
A referência é ao Programa
Operação Trabalho, criado pela
Secretaria do Desenvolvimento,
Trabalho e Solidariedade. Na ocasião, foram abertas 850 vagas para
camelôs irregulares. Como se cadastraram cerca de 6.000, muitos
ficaram -e continuam- sem alternativa ao trabalho informal.
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