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Presos acusados de serem arrecadadores do PCC
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Foi preso ontem, em Campinas (SP), um casal acusado de
pertencer ao primeiro escalão
do PCC e que, segundo policiais, portava cerca de 40 mil
panfletos com o título "Grito
dos oprimidos encarcerados".
Os panfletos passariam hoje
a ser distribuídos na região de
Campinas, segundo a polícia,
que teve autorização judicial
para escutas telefônicas e quebras de sigilo bancário. O casal
também é acusado de arrecadar recursos para o grupo.
A carta critica o PSDB, citado
duas vezes nos 13 parágrafos.
"O partido do PSDB, pensando
na sua trilha política, só tem
uma direção: passar por cima
de tudo para alcançar o poder
do governo do Estado de São
Paulo", diz trecho do texto atribuído pela polícia ao PCC.
Em outro ponto, o panfleto
que a polícia paulista diz ser da
facção diz que "o sistema carcerário paulista é máquina de dinheiro para o governo estadual". Há também críticas à imprensa e ao sistema judiciário.
O PSDB governou São Paulo
de 1995 a abril deste ano, quando Cláudio Lembo (PFL) assumiu a função com a renúncia de
Geraldo Alckmin, agora candidato tucano à Presidência.
Sobre as rebeliões de maio,
durante a onda de violência, o
panfleto diz que "tudo o que
ocorreu não foram badernas e
sim revolução (...) para que sejam revistos nossos direitos de
internos e seres humanos".
Valdeci Francisco Costa, 43,
o Notebook, e Elisandra Alves
Vendelho Costa, 32, lideravam
o PCC em pelo menos 35 cidades, como Araçatuba, Barretos,
Bebedouro, Franca, Jundiaí e
Marília, de acordo com o delegado seccional de Campinas,
Marcos Galli Casseb. Eles também são acusados de envolvimento no assassinato de um
vereador do PSDB na cidade de
Mairinque (SP), em maio.
Na casa onde eles foram presos, em Campinas, a polícia diz
ter apreendido celulares, computadores e cartões bancários.
Foram achados com eles também, diz a polícia, boletos para
arrecadar dinheiro, a "Ação entre amigos" -vendidos a R$ 10
cada um, cujos prêmios seriam
dados com base na loteria.
Os dois presos, segundo a polícia, ainda não tinham indicado advogados. O PSDB estadual
disse que não se manifestaria.
Colaborou o "Agora"
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