São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Presos acusados de serem arrecadadores do PCC

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Foi preso ontem, em Campinas (SP), um casal acusado de pertencer ao primeiro escalão do PCC e que, segundo policiais, portava cerca de 40 mil panfletos com o título "Grito dos oprimidos encarcerados".
Os panfletos passariam hoje a ser distribuídos na região de Campinas, segundo a polícia, que teve autorização judicial para escutas telefônicas e quebras de sigilo bancário. O casal também é acusado de arrecadar recursos para o grupo.
A carta critica o PSDB, citado duas vezes nos 13 parágrafos. "O partido do PSDB, pensando na sua trilha política, só tem uma direção: passar por cima de tudo para alcançar o poder do governo do Estado de São Paulo", diz trecho do texto atribuído pela polícia ao PCC.
Em outro ponto, o panfleto que a polícia paulista diz ser da facção diz que "o sistema carcerário paulista é máquina de dinheiro para o governo estadual". Há também críticas à imprensa e ao sistema judiciário.
O PSDB governou São Paulo de 1995 a abril deste ano, quando Cláudio Lembo (PFL) assumiu a função com a renúncia de Geraldo Alckmin, agora candidato tucano à Presidência.
Sobre as rebeliões de maio, durante a onda de violência, o panfleto diz que "tudo o que ocorreu não foram badernas e sim revolução (...) para que sejam revistos nossos direitos de internos e seres humanos".
Valdeci Francisco Costa, 43, o Notebook, e Elisandra Alves Vendelho Costa, 32, lideravam o PCC em pelo menos 35 cidades, como Araçatuba, Barretos, Bebedouro, Franca, Jundiaí e Marília, de acordo com o delegado seccional de Campinas, Marcos Galli Casseb. Eles também são acusados de envolvimento no assassinato de um vereador do PSDB na cidade de Mairinque (SP), em maio.
Na casa onde eles foram presos, em Campinas, a polícia diz ter apreendido celulares, computadores e cartões bancários. Foram achados com eles também, diz a polícia, boletos para arrecadar dinheiro, a "Ação entre amigos" -vendidos a R$ 10 cada um, cujos prêmios seriam dados com base na loteria.
Os dois presos, segundo a polícia, ainda não tinham indicado advogados. O PSDB estadual disse que não se manifestaria.


Colaborou o "Agora"

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