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PF vai dar porte de arma a agentes penitenciários
A autorização será individual, e o interessado terá de comprovar capacidade
A decisão da Polícia Federal de editar a portaria, que deve sair em dez dias, foi tomada após consulta do Ministério da Justiça
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai emitir
uma autorização individual para que agentes penitenciários
de todo o Brasil obtenham o
porte de arma. A medida beneficia especialmente os integrantes da categoria em São
Paulo, ameaçada por ataques
atribuídos ao PCC.
O anúncio foi feito ontem pelo diretor-geral da PF, Paulo
Lacerda. Segundo a corporação, a autorização valerá a partir da publicação no "Diário
Oficial" da União, o que deve
ocorrer em dez dias.
A decisão da PF de editar a
portaria surgiu de uma consulta feita anteontem pelo Ministério da Justiça. A intenção era
tornar claro se o agente penitenciário pode ou não portar
arma fora de seu trabalho.
No entendimento da PF, como a lei -Estatuto do Desarmamento- não proíbe tal conduta, é possível interpretar o
dispositivo legal para tornar
clara a autorização para o porte
fora do trabalho. Permanece a
necessidade de o usuário comprovar aptidão psicológica e capacidade técnica para o porte.
Os pedidos serão individuais.
Os exames psicológicos devem
ser feitos em uma das 700 pessoas físicas e jurídicas cadastradas pela PF. Quanto à capacidade técnica, os órgãos credenciados para aferi-la são as Polícias
Militares e as Forças Armadas.
A autorização da PF se antecipará, em São Paulo, a uma lei
estadual, a ser elaborada, que
autoriza o porte de arma para
os agentes. A criação foi anunciada na segunda pelo secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto.
O projeto será encaminhado à
Assembléia nos próximos dias.
Com a regulamentação da
PF, ao Estado caberá somente
elaborar testes técnicos e psicológicos para os agentes.
O porte é reivindicação dos
agentes. Entre a quarta-feira da
semana passada e o último domingo, três agentes e um carcereiro foram mortos, e a categoria chegou a parar as atividades
-situação já contornada. Interceptações telefônicas indicaram que as mortes foram articuladas dentro de presídios. O
consenso é que, desarmados, os
agentes são o setor mais vulnerável das forças de segurança.
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