DA SUCURSAL DO RIO

O número de mortos na chacina do morro do São Carlos, no Estácio (zona norte do Rio de Janeiro), já chega a dez. A polícia confirmou ontem que os dois cadáveres encontrados dentro de um Astra na manhã de segunda-feira são vítimas da disputa interna pelos pontos-de-venda de drogas.
Anteontem, outros oito corpos -todos de moradores do bairro- foram encontrados em dois carros em uma esquina do Engenho Novo, também na zona norte. Eles foram vítimas da guerra entre traficantes da mesma facção criminosa, a ADA (Amigo dos Amigos), que domina a venda de drogas no local.
Foi reconhecido o corpo de Deoclécio Rodrigues da Silva Júnior, 25, um dos dois homens que estavam no Astra. Ele era morador do São Carlos. Também estava no carro o corpo de Gabriel Dias Cortes, 23, que morava no centro do Rio de Janeiro, mas namorava uma jovem do morro.
Ontem, a PM (Polícia Militar) fez buscas por outros corpos e por criminosos no alto do morro, mas não houve resultado.
A polícia busca Thiago Teixeira, o Coelho, 21, o chefe do tráfico no morro. Ele assumiu o controle das bocas-de-fumo, pela facção ADA, depois da morte de Gilson Ramos da Silva, o Aritana, em março.
Aritana era o sucessor do traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, um dos maiores líderes dessa facção criminosa.
A polícia investiga a hipótese de a matança ter sido uma retaliação a traficantes que planejavam um golpe contra o grupo que desde então assumiu o controle do tráfico.


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