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URBANISMO
Projeto da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo permite determinados tipos de serviço em áreas residenciais
Proposta legaliza escritórios e consultórios em casa
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo projeto da nova Lei de Uso
e Ocupação do Solo, os consultórios e escritórios localizados em
áreas estritamente residenciais serão legalizados. Pela atual legislação, nos bolsões residenciais da
cidade esse uso é proibido, exceto
em alguns corredores nos quais o
comércio de âmbito local e atividades de serviço são aceitas.
Com isso, um tipo especial de
uso das construções se consolida
na zona estritamente residencial
da cidade, formada por bairros
mais arborizados e menos verticalizados, como Jardim Paulista,
Pacaembu e Alto da Lapa.
Por exemplo, um advogado que
mora em Alto de Pinheiros poderá montar, em sua residência, um
escritório de trabalho. O mesmo
vale para psicólogos, fisioterapeutas, designers, artistas plásticos e
outros profissionais liberais. A
medida exige, no entanto, que o
escritório seja utilizado pelo proprietário da casa e que a área
construída não ultrapasse 20% da
área total da residência.
"Como a prefeitura vai conferir
se a área construída representa
20% da casa?", questiona o arquiteto e urbanista Cândido Malta,
ex-secretário municipal de Planejamento e presidente da Sociedade dos Amigos dos Jardins Europa e Paulistano. Para o arquiteto,
a legalização "é uma abertura para acabar com a zona residencial".
A legalização desses escritórios
e consultórios é mais uma questão que será debatida na Câmara
Municipal antes da votação dos
projetos e da nova lei.
A Secretaria de Planejamento
enviará, ainda nesta semana, o
projeto do novo zoneamento e
dos planos diretores das 31 subprefeituras da cidade.
Representantes de entidades de
moradores, comerciantes, construtoras e imobiliárias devem
pressionar os vereadores até a votação. Para serem aprovados, os
projetos precisam do voto favorável de 37 dos 55 parlamentares.
Um dos pontos polêmicos trata
dos coeficientes de aproveitamento permitidos, ou seja, o
quanto se pode construir em cada
terreno. De uma maneira geral, os
planos impuseram alguns
"freios" à verticalização, limitando os coeficientes em bairros centrais, com maior adensamento
populacional, e estimulando a
verticalização em outros locais da
cidade, como áreas da zona leste,
com bastante casas e poucos edifícios.
(SIMONE IWASSO)
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