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PM quer identificar policiais invasores no DF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Corregedoria Geral da Polícia
Militar no Distrito Federal pretende ouvir até amanhã cerca de
200 policiais acusados de invadir
lotes públicos em Taguatinga (23
km de Brasília). Com base nos depoimentos, o órgão decidirá quais
policiais serão investigados em
sindicância a ser aberta para apurar invasão e crime de motim por
resistir à desocupação das áreas.
Depois de três dias de operação,
o Siv-Solo (Sistema Integrado de
Vigilância do Uso do Solo), órgão
ligado à Secretaria da Segurança
Pública do DF, encerrou ontem a
liberação de 118 becos -terrenos
usados como área de passagem
entre uma rua e outra.
Foram removidas 109 edificações, incluindo pequenas construções de um cômodo. Em algumas delas havia famílias de policiais e bombeiros morando há pelo menos um mês. Outros 30 becos foram desocupados espontaneamente pelos invasores.
Nos casos em que as famílias
não tinham para onde ir ou houve
resistência, o Siv-Solo concedeu
24 horas para que deixassem o local. Um exemplo foi o de Miriam
Alves Ferreira, mulher de policial,
que anteontem se algemou à janela de um cômodo de alvenaria
construído no terreno invadido
para evitar a derrubada.
No último dia da operação foram retiradas 65 edificações, resultando em 55 lotes liberados.
A maioria das construções já estava desocupada. Em pelo menos
três delas, os invasores haviam retirado na noite anterior móveis e
materiais, como telhas, tijolos e
areia.
Um dos policiais que invadiu
um terreno, identificado como
Márcio, chegou ontem armado ao
lote enquanto os policiais do Siv-Solo derrubavam um cômodo.
Ele entrou no terreno gritando e
dizendo para não mexer no local.
Havia móveis e um carro. Depois de conversar com os comandantes da operação, o policial foi
retirado do terreno pelos colegas,
sem que a arma fosse aprendida.
Desde o início do ano, becos começaram a ser invadidos por PMs
e bombeiros para pressionar o governo do DF a retomar o programa habitacional da categoria.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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