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Câmara e Assembléia recebem cartas com ameaças
DA REPORTAGEM LOCAL
As comissões de direitos humanos da Câmara e da Assembléia
Legislativa de São Paulo divulgaram ontem cartas que receberam
com ameaças e a promessa de
ofensiva a partir de amanhã contra os defensores de nordestinos,
negros e homossexuais.
As duas correspondências têm
o mesmo endereço de remetente
do pacote-bomba recebido pela
Anistia Internacional, mas foram
postadas em agências diferentes.
Assinam o texto os ""skinheads",
dizendo ainda que escolheram representantes de várias entidades
-elas chegam a ser citadas-
""para dar uma lição".
Em comum, representantes das
duas comissões acompanharam
com a Anistia Internacional o caso da morte do adestrador de cães
Edson Neris da Silva, assassinado
por um grupo de skinheads no
centro de São Paulo.
""Espero que a polícia dê proteção às pessoas citadas na carta",
disse o vereador Ítalo Cardoso
(PT), que preside a comissão municipal de direitos humanos. Ele
recebeu a carta em seu gabinete.
A segunda carta estava no gabinete do deputado estadual Renato
Simões (PT), presidente da comissão da Assembléia Legislativa.
O Grupo de Repressão e Análise
aos Delitos de Intolerância, recém-criado pela polícia de São
Paulo para situações desse tipo, já
está no caso. As cartas e ameaças
de bomba foram registrados à tarde no 77º DP (Santa Cecília).
Hoje, representantes das duas
comissões e de entidades de direitos humanos deverão se reunir de
manhã com o secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, para discutir as ameaças.
Petrelluzi pediu rigor à polícia.
O próprio secretário recebeu
ontem de manhã carta do grupo
que se autodenomina skinhead.
Segundo o sociólogo Túlio
Kahn, do Ilanud (Instituto Latino
Americano das Nações Unidas
para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente), que
acompanha casos desse tipo em
São Paulo desde 92, os grupos skinheads têm datas como referências para protestos. "Eles são nacionalistas e, por isso, podem ter
escolhido o 7 de setembro, Dia da
Independência."
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