São Paulo, domingo, 06 de outubro de 2002

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Sul e SE monopolizam a área de saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da importância da residência médica no mercado de trabalho, as vagas estão mal distribuídas. Segundo a Comissão Nacional de Residência Médica, há hoje 16.594 vagas, das quais 81% estão nas regiões Sudeste e Sul. Os Estados do Amapá e do Tocantins nem sequer têm programas de residência e cursos de medicina.
O médico Reinaldo Ayer de Oliveira, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, diz que há vagas suficientes no Brasil para quase todos os formandos. No entanto, grande parte dos médicos sai de suas cidades para prestar os exames na região Sudeste, o que deixa vagas não preenchidas no Norte e Nordeste, enquanto incha a concorrência em São Paulo, por exemplo. Além disso, 40% deles não retornam para suas cidades após os exames. "É necessário que haja uma alternativa sólida para esses médicos."
O presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo, Lori Dean de Brito, 26, diz que hoje há a possibilidade de fazer cursos de especialização -algumas vezes pagos- e mais tarde prestar uma prova para título de especialista. "Mas o diploma de residente é um pré-requisito para os melhores empregos."
Para Raul Cutait, 52, presidente do conselho do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, a residência médica é um dos pontos mais avaliados quando o hospital contrata novos profissionais.
Luiz Salvador de Miranda Sá, 64, primeiro-secretário do Conselho Federal de Medicina, diz que a exigência da residência é uma necessidade da profissão. "Medicina não é mais um curso terminativo, quem não tem uma complementação fica marginalizado."
A residência médica é uma pós-graduação que, por meio de treinamento supervisionado, forma médicos especialistas nas mais diferentes áreas da medicina -os residentes ganham bolsa de cerca de R$ 1.460.
A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) verifica se os cursos de residência cadastrados cumprem todas as especificações do decreto de 1977 que regulamenta os programas. A duração é de, no mínimo, um ano. Mas o período pode chegar a até três anos, conforme a especialidade e o interesse do médico.


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