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VISITA A MOÇAMBIQUE
Projeto prevê construção de laboratório
Brasil assina acordo para produção de genérico contra Aids na África
ELIANE CANTANHÊDE
ENVIADA A MAPUTO
Os governos do Brasil e de Moçambique assinaram ontem, em
Maputo, um acordo para a construção de um laboratório para
produção de medicamentos genéricos de combate à Aids. Dos
cerca de 30 milhões de pessoas infectadas no mundo, estima-se que
20 milhões estejam na África, 1,8
milhões deles no país.
De acordo com o ministro
Humberto Costa (Saúde), que integra a comitiva do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva à África
nesta semana, o projeto está orçado em US$ 23 milhões, mas ainda
não estão asseguradas as fontes de
financiamento.
O Brasil entra com tecnologia
de produção dos medicamentos
retrovirais e de montagem do
próprio laboratório, a cargo do
Farmanguinhos, da Fundação
Oswaldo Cruz, órgão do Ministério da Saúde.
Há três possibilidades de financiamento. Uma delas é a conversão de 5% do restante da dívida de
Moçambique com o Brasil em investimento no projeto, o que
transformará o laboratório numa
estatal. A segunda é financiamento brasileiro, via BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). A terceira, a
busca de recursos em outros países. Da Europa, por exemplo.
Lula lançará o programa de
cooperação dos dois países nessa
área, hoje, durante visita ao Hospital Central de Maputo. Ele também fará doação simbólica de
medicamentos contra a Aids,
dentro de um programa de atendimento a cem pacientes em vários países. Moçambique é o décimo país a aderir.
Lula tem assinado acordos de
cooperação na área de saúde, especialmente para combate à Aids,
nos cinco países do roteiro africano: além de Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Namíbia
e África do Sul.
A campanha brasileira de prevenção à Aids é considerada pela
OMS (Organização Mundial da
Saúde) uma das mais bem-sucedidas do mundo. A estratégia de
combate à doença no Brasil combina o acesso gratuito ao tratamento anti-retroviral com campanhas de prevenção ao HIV.
O governo brasileiro conseguiu
reduzir os custos do tratamento
negociando preços mais baixos
com as indústrias farmacêuticas e
fabricando versões genéricas de
alguns medicamentos.
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