São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007 |
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Co-piloto superou câncer há 5 meses
Alberto Soares Júnior, 24, estava com casamento marcado para abril de 2009; tio dele também morreu em acidente aéreo
MAURÍCIO SIMIONATO DA AGÊNCIA FOLHA, EM PIRACICABA O acidente com o Learjet da Reali Táxi Aéreo pôs fim a uma vida que recomeçava para o co-piloto Alberto Soares Júnior, 24. Ele havia se curado de um câncer na costela há cinco meses e estava com casamento marcado para abril de 2009. O enterro ocorreu ontem, em Piracicaba (162 km de SP), sua cidade natal, no Cemitério Parque da Ressurreição. Havia cerca de 200 presentes e o caixão estava fechado. Segundo amigos e familiares, Soares Júnior herdara do pai, o piloto aposentado Alberto Soares, a paixão pela aviação. Já havia perdido um tio -irmão do pai- nos anos 90 em um acidente aéreo. O pai de Soares Júnior não falou com a imprensa ontem. "O sonho dele era ser piloto. Ele estudou muito para isso e estava muito feliz porque havia marcado o casamento para abril de 2009", disse, abalada, a mãe dele, Maria Aparecida Piazza Soares. A tia Helena Piazza contou que Soares Júnior lutara desde jovem contra um câncer e que, há cinco meses, um exame constatou a cura da doença. "Ele superou a doença com muita vontade de viver. Fez quimioterapia e perdeu os cabelos quando saía da adolescência. Vivia com muita paixão e estava sempre feliz. Faltavam poucas horas de vôo para ele se tornar um piloto", disse a tia. Soares Júnior era co-piloto na Reali havia cerca de seis meses. A empresa, que, segundo a Anac, opera oito aviões, afirmou que o avião iria ao Rio buscar um passageiro, mas não informou o nome, alegando que existe um contrato de sigilo. A empresa foi certificada para operar em 2002 e é especializada em atendimentos médicos. Não era a primeira vez que Soares Júnior voava para o Rio como co-piloto. No mesmo dia do acidente, fizera um vôo para lá pela manhã, segundo a tia. Vanderley de Lima, 70, pai da noiva do co-piloto, Ana Lúcia de Lima, disse ter conversado com ele na manhã de anteontem. "Conversamos sobre a fatalidade da queda de três helicópteros na semana passada em São Paulo." Após acordar no domingo na casa da namorada, em Piracicaba, o casal pegou a mãe dele e os três foram de carro para São Paulo. "Estávamos [mãe e namorada] esperando ele chegar para sair à noite", disse a mãe. Piloto O velório do piloto do Learjet, Paulo Roberto Montezuma Firmino, reuniu ontem cerca de 50 pessoas, no cemitério e crematório Parque das Flores, em São José dos Campos (91 km de SP). A direção do cemitério informou que ele será cremado hoje, mas não confirmou o horário. Ontem, às 20h, uma missa seria celebrada no local. Sua mulher, que mora em São José dos Campos com os dois filhos do casal, e os pais e os dois irmãos, que vivem em Brasília, não se manifestaram. O sogro Eduardo Claro disse que o genro "era um piloto com cerca de 20 anos de experiência que amava a profissão". Colaboraram a Agência Folha, em São José dos Campos e MAELI PRADO , da Reportagem Local Texto Anterior: Casa interditada após acidente terá que ser demolida Próximo Texto: "Era a família mais pobre da rua", diz vizinha da casa atingida pela aeronave Índice |
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