São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006

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Desta vez não arriscamos, diz controlador

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A falha de comunicações na região do espaço aéreo controlado por Brasília não é inédita, segundo um controlador que estava presente ontem no Cindacta-1. Mas dessa vez os controladores decidiram parar o tráfego aéreo -pousar vôos e impedir decolagens- por temer que outro acidente ocorra.
A decisão aconteceu num momento em que os controladores de Brasília estão expostos pela repercussão de falhas em seu setor no acidente do vôo 1907 da Gol. Ontem pela manhã, quando perceberam as falhas nas freqüências de rádio usadas para falar com pilotos, decidiram não arriscar. O supervisor-geral da sala de controle decidiu acionar o "plano de degradação", usado quando existe falhas: de radar, de comunicação ou de energia.
Segundo o relato, houve "confusão", "caos", mas nenhum problema de quase-acidentes ou discussões com oficiais, a exemplo do que já ocorreu em outros dias de caos nos aeroportos.
O problema começou por volta das 9h, quando freqüências começaram a falhar. No setor 7 da região Brasília -o mesmo da colisão do jato Legacy e o Boeing da Gol- duas freqüências não funcionavam, por exemplo. O mesmo ocorreu em outros setores, como são chamadas divisões da região controlada pelo Cindacta.
Com isso, controladores decidiram coletivamente parar o tráfego na região. Ainda segundo o relato, não houve discussão e telefonemas começaram a ser feitos para áreas técnicas, outros centros de controle e o Comando da Aeronáutica.
A partir daí, todos operavam dentro das normas do plano. Todos os aviões em vôo foram orientados a pousar -muitos chegaram a retornar ao local de partida.


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