São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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Informação vaza e dificulta ação policial

Operação policial no Rio resultou em 4 pessoas baleadas, e apenas 2 supostos criminosos foram detidos

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Pela quinta vez no ano, uma operação mobiliza centenas de policiais no Rio de Janeiro, causa transtornos à população e apresenta resultado inexpressivo em razão de vazamento de informações. Ontem, 700 homens das polícias Civil e Militar com apoio de blindados, ambulâncias e de um helicóptero fizeram uma incursão no conjunto de favelas da Penha, zona norte. O saldo: dois supostos criminosos sem identificação presos, quatro pessoas baleadas, um ônibus incendiado e 25 motocicletas apreendidas.
Houve intenso tiroteio, lançamento de granadas, e a avenida Nossa Senhora da Penha, uma das principais do bairro, ficou interditada pela policia por três horas. Doze escolas da região foram fechadas deixando mais de oito mil alunos sem aulas. Moradores afirmaram que foram avisados pelos traficantes na noite de anteontem que haveria a operação ontem.
Uma hora antes de a polícia chegar, dois ônibus da empresa Nossa Senhora de Lourdes foram desviados por traficantes armados e usados para bloquear dois dos principais acessos à favela da Vila Cruzeiro. Um deles foi incendiado por criminosos. Acessos ao morro foram cobertos de óleo para dificultar a chegada de veículos.
O chefe do Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil, delegado Alan Turnowski, que coordenou parte da operação, disse que a ação estava programada para as 5h, mas a Polícia Militar se atrasou e a incursão só pôde começar às 9h. O subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança, Roberto Sá, negou o vazamento de informações.
A ocupação foi em quatro pontos: Vila Cruzeiro e morros do Sereno, Chatuba e Fé. Cléber Duarte Silva Amaral, 18, foi ferido de raspão no rosto, e Vanderson Cleiton Martins de Souza, 25, atingido no peito quando saía para trabalhar.
Os dois moradores da Vila Cruzeiro foram levados para o hospital Getúlio Vargas e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não correm risco de morte. Outras duas pessoas, não identificadas, também foram feridas durante a ação.


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