São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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No pé do ranking, aluno brasileiro acha que sabe mais ciência do que finlandeses

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quando fazem as provas de ciências do Pisa (exame internacional divulgado anteontem que compara o desempenho de jovens de 57 países), os alunos brasileiros ficam nas últimas posições. No entanto, ao serem questionados sobre o próprio conhecimento da disciplina, eles se mostram mais confiantes até mesmo do que os líderes do ranking, os finlandeses.
Ao responder a um questionário na prova, em 2006, 81% dos brasileiros que fizeram o teste disseram que "geralmente conseguem dar boas respostas a testes de ciências na escola". No Japão, sexto país com melhor desempenho na prova, 29% escolheram essa opção.
Na Finlândia, 69% disseram dar boas respostas, próximo à média de 65% dos 30 países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), entidade que organiza o Pisa.
Os itens em que os brasileiros foram mais reticentes foram "eu consigo entender facilmente novas idéias em ciência na escola" e "temas de ciência na escola são fáceis para mim": 62% concordaram.
Para Marta Barroso, professora do Instituto de Física da UFRJ que já estudou o desempenho dos brasileiros em ciências no Pisa, é natural que alunos que saibam mais sejam mais críticos ao avaliar seu desempenho: "Lembre-se que "quanto mais eu sei, mais sei que nada sei". Certamente um aluno japonês tem mais idéia do que seja aprender e entender ciências que um brasileiro".
Ela diz, no entanto, que também podem ter contribuído o fato de o questionário aplicado aos alunos ser muito longo -com perguntas pouco usuais para o estudante- e a possível percepção do estudante de que responder àquelas questões não era importante ou que poderia ser usado para puni-lo.


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