São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

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PF do Rio toma medidas para reduzir a espera

FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal do Rio informou que, até ontem, foram fichados 900 americanos que chegaram à cidade. A média foi de 200 pessoas por dia, exceto na segunda-feira, quando cerca de 300 americanos foram identificados. Assim como anteontem, dez vôos chegaram ontem dos EUA.
Ontem, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte), turistas americanos esperaram no máximo duas horas para tirar fotos e colher impressões digitais, mas a espera foi, em média, de 20 minutos. Anteontem, alguns passageiros esperaram até sete horas pelo início do atendimento.
A PF disse que, para agilizar o trabalho, subiu de um para quatro o número de agentes papiloscopistas (especializados em impressões digitais). Anteontem, só havia um para atender os dois terminais de desembarque.
Houve mudança no procedimento: apenas as digitais do polegar direito estão sendo recolhidas, e as crianças abaixo de 12 anos não estão sendo identificadas.
O consultor financeiro Brian Burk, 35, mostrava com bom humor o borrão na sua calça jeans, que usou para limpar o polegar. Ele ficou na fila por cerca de uma hora, mas disse estar "aliviado por não terem sido sete ou oito".
A Infraero disse que emprestou à PF as duas máquinas fotográficas digitais utilizadas na identificação e que colocou funcionários para organizar as filas. Havia apenas um guichê da PF para atender passageiros americanos. Os outros guichês, a maioria deles vazios ou com uma pequena fila, atendiam cidadãos brasileiros ou de outras nacionalidades.
A Divisão de Comunicação Social da direção-geral da PF, em Brasília, disse que as fichas dos americanos serão armazenadas em um sistema informatizado de imigração. Segundo a PF, esse banco de dados registra hoje apenas informações numéricas sobre o fluxo de pessoas que entram e saem do país. Apenas os casos de deportação ou de alguns grupos de imigrantes -como os angolanos- são detalhados.
A estudante Aliza Pescovatz, 20, disse não concordar com a medida: "É discriminatório porque os americanos fazem com todo mundo, e os brasileiros, apenas com os americanos".
Mathias Brandon, 37, vindo de Houston, aprovou a medida: "O princípio da reciprocidade é perigoso para o mundo inteiro. Mas é bom que alguém tenha coragem de encarar o poder americano".

Agentes de viagem
A Abav (Associação Brasileira dos Agentes de Viagens) entrou em contato com o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, exigindo uma posição a respeito do fichamento de turistas.
De acordo com Carlos Alberto Ferreira, presidente da Abav, os prejuízos com a medida não são imediatos, mas podem comprometer o movimento no Carnaval.


Colaborou a Folha Online, no Rio


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