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PF do Rio toma medidas para reduzir a espera
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal do Rio informou que, até ontem, foram fichados 900 americanos que chegaram à cidade. A média foi de 200
pessoas por dia, exceto na segunda-feira, quando cerca de 300
americanos foram identificados.
Assim como anteontem, dez vôos
chegaram ontem dos EUA.
Ontem, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte), turistas
americanos esperaram no máximo duas horas para tirar fotos e
colher impressões digitais, mas a
espera foi, em média, de 20 minutos. Anteontem, alguns passageiros esperaram até sete horas pelo
início do atendimento.
A PF disse que, para agilizar o
trabalho, subiu de um para quatro
o número de agentes papiloscopistas (especializados em impressões digitais). Anteontem, só havia um para atender os dois terminais de desembarque.
Houve mudança no procedimento: apenas as digitais do polegar direito estão sendo recolhidas,
e as crianças abaixo de 12 anos
não estão sendo identificadas.
O consultor financeiro Brian
Burk, 35, mostrava com bom humor o borrão na sua calça jeans,
que usou para limpar o polegar.
Ele ficou na fila por cerca de uma
hora, mas disse estar "aliviado
por não terem sido sete ou oito".
A Infraero disse que emprestou
à PF as duas máquinas fotográficas digitais utilizadas na identificação e que colocou funcionários
para organizar as filas. Havia apenas um guichê da PF para atender
passageiros americanos. Os outros guichês, a maioria deles vazios ou com uma pequena fila,
atendiam cidadãos brasileiros ou
de outras nacionalidades.
A Divisão de Comunicação Social da direção-geral da PF, em
Brasília, disse que as fichas dos
americanos serão armazenadas
em um sistema informatizado de
imigração. Segundo a PF, esse
banco de dados registra hoje apenas informações numéricas sobre
o fluxo de pessoas que entram e
saem do país. Apenas os casos de
deportação ou de alguns grupos
de imigrantes -como os angolanos- são detalhados.
A estudante Aliza Pescovatz, 20,
disse não concordar com a medida: "É discriminatório porque os
americanos fazem com todo
mundo, e os brasileiros, apenas
com os americanos".
Mathias Brandon, 37, vindo de
Houston, aprovou a medida: "O
princípio da reciprocidade é perigoso para o mundo inteiro. Mas é
bom que alguém tenha coragem
de encarar o poder americano".
Agentes de viagem
A Abav (Associação Brasileira
dos Agentes de Viagens) entrou
em contato com o ministro do
Turismo, Walfrido Mares Guia,
exigindo uma posição a respeito
do fichamento de turistas.
De acordo com Carlos Alberto
Ferreira, presidente da Abav, os
prejuízos com a medida não são
imediatos, mas podem comprometer o movimento no Carnaval.
Colaborou a Folha Online, no Rio
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