TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

Em uma ação conjunta da Brigada Militar e da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, foi preso ontem o principal suspeito da morte do adolescente Daniel Bernardi Lourenço, 13. Adriano da Silva, 25, foi detido no município de Maximiliano de Almeida (351 km de Porto Alegre).
Silva também é o principal suspeito do assassinato de outros dois meninos -Luciano Rodrigues, 9, e Leonardo Dornelles dos Santos, 8-, em outubro, em Passo Fundo (310 km da capital).
Desde o ano passado, pelo menos 13 meninos foram mortos ou estão desaparecidos na região de Passo Fundo. A polícia não conseguiu estabelecer uma ligação entre todos os crimes, mas não descarta que estejam interligados.
Segundo a polícia, Adriano da Silva foi reconhecido por cinco vítimas que conseguiram fugir quando foram atacadas.
Lourenço, um vendedor de picolé, foi morto no dia 2, em Sananduva (312 km da capital).
O suspeito pela morte é foragido da Justiça do Paraná, onde foi condenado a 27 anos de prisão por latrocínio -roubo com morte- e ocultação de cadáver.
Segundo a polícia, Lourenço teria sido atraído para a zona rural de de Maximiliano de Almeida. O criminoso teria prometido comprar os picolés que Lourenço vendia quando os dois chegassem a um acampamento afastado.
O adolescente foi estrangulado com um fio de náilon. O corpo de Lourenço foi encontrado na sexta-feira, em Sananduva. Além das marcas no pescoço, os médicos legistas encontraram indícios de violência sexual no cadáver.
A operação policial conjunta foi intensificada na segunda, quando a Polícia Civil de Sananduva pediu a prisão temporária de Silva.
Ontem, segundo a polícia, um garoto de dez anos reconheceu Silva. Pelo relato do garoto, há cerca de 40 dias ele e a irmã de oito anos foram sequestrados por Silva em uma estrada na cidade paranaense de Florestópolis (444 km de Curitiba). O garoto disse que foi violentado, e a irmã está desaparecida. Outras quatro testemunhas em Sananduva identificaram o suspeito.
Em novembro, Silva chegou a ser interrogado pela Polícia Civil de Passo Fundo durante as investigações sobre a morte de Leonardo Dorneles dos Santos. Na ocasião, ele deu um nome falso. Foi solto por falta de provas.
Ele não havia prestado novo depoimento até o final da tarde de ontem. A reportagem não foi autorizada a falar com o acusado.


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