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Crise de 29 pôs fim à vanguarda interiorana
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O "eldorado" da cultura
no interior do Estado começou a ruir com a quebra da
bolsa de Nova York, em
1929. Para o historiador José
Evaldo de Mello Doin, o ex-presidente Getúlio Vargas
(1883-1954, cujo primeiro
governo foi de 1930 a 45) foi
um dos responsáveis pelo
fim da vanguarda caipira.
Doin diz que o DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda) de Vargas rotulou o interiorano como
"matuto". Para o professor,
o declínio cultural não representou necessariamente
prejuízo financeiro.
Rodrigo Ribeiro Paziani,
co-autor do livro "Belle Époque Caipira". não acredita
em decadência. "Houve um
processo violento", afirma,
em relação à mudança do
perfil econômico nacional
-da dependência financeira do café à industrialização.
O professor de história
econômica Flávio Saes, da
FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP, aponta
uma mudança no modo de
vida dos fazendeiros do período cafeeiro a partir da década de 1930. "Ocorreu um
fenômeno interessante, porque o café já não dava lucro
suficiente e eles dividiam as
terras, para vendê-las em
partes menores", diz Saes.
"A quebra da Bolsa [dos
EUA] mostrou os riscos de
uma economia assentada
em um único grão", explica
Esmeralda Blanco Moura,
também da USP. Ribeirão
Preto, por exemplo, passou a
produzir ferro e energia elétrica para compensar o que
perdera com o café.
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