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MORTES EM SÉRIE
Idéia, diz secretário, é integrar parque a outros empreendimentos voltados para o turismo na zona sul de SP
Governo pretende expandir o zoológico paulistano
DA REPORTAGEM LOCAL
As mortes de animais por envenenamento no Zoológico de São
Paulo ocorreram no momento
em que um "plano de expansão"
para a instituição está em curso,
diz Fernando Dias Menezes de Almeida, secretário-adjunto de
Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do
Estado de São Paulo.
Segundo Almeida, o objetivo é
colocar o zôo, que faz 46 anos no
próximo dia 16, entre as principais atrações turísticas do Estado.
Hoje, o público freqüentador do
local, que nos finais de semana
chega a 12 mil pessoas por dia, é
principalmente de paulistanos
buscando lazer, não turistas.
O zôo será integrado a um grande projeto do governo estadual
-um plano de ligação, via transporte, de áreas como o zôo e o
parque do Estado, que ficam em
zonas de conservação, a outros
empreendimentos voltados para
o turismo na região sul -como o
Centro de Exposições Imigrantes.
Novidades já implantadas, como a visita noturna ao zôo e
transporte integrado do local para
o metrô fazem parte do plano.
Para Almeida, no entanto, não
há relação entre a mortes e projetos do governo ou da diretoria do
zôo, hipótese investigada pela polícia. "Não há razões para alguém
querer desmoralizar a diretoria."
Desde o dia 24 de janeiro, 61 animais morreram no local vítimas
de envenenamento com um poderoso raticida de produção e
venda proibidas no país, segundo
a instituição. Há laudos positivos
para envenenamento para 56 casos, informou a polícia.
De acordo com Almeida, a atual
diretoria, que assumiu há três
anos, conseguiu mudar substancialmente o perfil do zôo, com
uma série de "medidas de saneamento administrativo, mudança
no tratamento dos animais" -ele
nega que existissem irregularidades. Diz que houve um melhor direcionamento dos recursos.
Em 2001, com a extinção da secretaria de Esportes e Turismo,
decisão da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), o zôo passou para o
comando da Ciência.
Almeida destaca o caráter mais
científico que o zôo passou a ter
na atual gestão. "Praticamente
dobramos os profissionais técnicos. O zôo definiu técnicas de tratamento dos animais, de reprodução, de caráter excelente, além de
desenvolver o intercâmbio de informações com instituições."
De acordo com José Luiz Catão
Dias, diretor científico do zôo, a
instituição entende como expansão investimentos em curso para
sua consolidação como unidade
educativa e de reprodução de espécies sob risco de extinção.
O zôo tem obtido bons resultados na reprodução de bichos
ameaçados, como araras azuis, felinos brasileiros e micos -tem
uma das maiores coleções dessa
espécie do mundo, com mais de
60 animais.
Entre os principais projetos que
foram temporariamente atrapalhados pelas mortes está o de trazer casais de primatas amazônicos, como o macaco barrigudo.
O zôo também negocia com instituições da África do Sul para trazer cães selvagens ameaçados de
extinção, ursos-de-óculos dos
Andes, além de coalas, da Austrália -neste último caso, o patrocinador desistiu na última hora,
mas Dias diz que o fato não tem
nada a ver com as mortes.
"Temos certeza de que esses fatos não abalarão a confiança que
as instituições internacionais têm
no zôo", afirma Dias.
Os animais são obtidos por
meio de permutas com zoológicos de todo o mundo.
(FABIANE LEITE)
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