|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mulher de um dos acusados se contradiz sobre álibi
DA SUCURSAL DO RIO
A mulher do soldado Carlos
Jorge de Carvalho, Suelen Camilo
dos Santos, 20, se contradisse, em
entrevista à Folha, sobre o que o
marido fazia na hora da matança
de 30 pessoas ocorrida na quinta
passada na Baixada Fluminense.
No início da entrevista, realizada de manhã, Suelen, que não trabalha nem estuda, disse que, enquanto acontecia a chacina, o marido dormia com ela na casa da família, em Belford Roxo (município na Baixada Fluminense).
Ao final da entrevista, que durou 15 minutos e ocorreu na porta
da casa, Suelen afirmou que ela e
o marido ficaram de quarta a sábado em Barra de São João (litoral
do RJ), onde a família está construindo um imóvel de veraneio.
Questionada sobre a contradição, ela gaguejou. Em seguida,
reafirmou que o casal estava em
Barra de São João e que um pedreiro da cidade -cujo nome
disse não lembrar- poderia confirmar o álibi do marido.
Ela contou que o marido foi preso no domingo, em casa, após almoçar com parentes. "Não deu
tempo de falar nada com ele. Isso
pegou a gente de surpresa. Ainda
não falei com ele sobre tudo isso,
mas é uma injustiça muito grande
o que estão fazendo", afirmou
Suelen, definindo o policial militar como "um ótimo filho, um ótimo pai e um ótimo marido".
Carvalho, 31, e Suelen estão casados há seis meses. Ele tem um
filho de 5 anos do primeiro casamento. O casal mora com os pais
dele na melhor casa do bairro Parque Palmeiras, na divisa entre
Belford Roxo e Nova Iguaçu.
A casa contrasta com os imóveis
vizinhos. O bairro é um loteamento plano que cresceu ao longo
da linha férrea. Vivem ali famílias
de baixa renda em casas velhas,
quase todas em condições precárias de conservação.
A casa de Carvalho tem dois andares, varanda, muros altos e acabamento em pedras, alumínio e
azulejos. Do outro lado do trilho,
o PM tem um terreno murado em
que cria gado, porcos e cabras.
Radicado no bairro desde os
cinco anos, Carvalho é querido
pela vizinhança. Todas as pessoas
ouvidas pela Folha disseram que
Carlos, como é conhecido, se caracteriza pelo bom comportamento e procuraram elogiá-lo.
"Quem o conhece sabe que jamais teria envolvimento com essa
chacina. É uma pessoa carinhosa
que adora ficar com amigos", disse Suelen.
(SERGIO TORRES)
Texto Anterior: Massacre na Baixada: Gol apreendido reforça suspeita contra PMs Próximo Texto: Juventude encarcerada: Febem decide punir reincidente com isolamento de até 30 dias Índice
|