São Paulo, segunda-feira, 07 de maio de 2001

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Idioma define escolha de países na Europa

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA

As portas de entrada para as brasileiras na Europa são Espanha e Portugal, pela facilidade do idioma, segundo informações de Sandra Vale, ex-coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Combate ao Tráfico de Seres Humanos.
No Brasil, os dados disponíveis são tímidos, mas um levantamento parcial da Polícia Federal revela que Goiás é o principal exportador de mulheres, seguido do Rio de Janeiro. De 95 a 98, foram instaurados no país 26 inquéritos de casos de tráfico, em 14 Estados.
A Interpol descobriu 246 mulheres vítimas de tráfico na Espanha em 99, a maioria brasileira. Foram presos ou deportados 74 traficantes. No mesmo ano, foram descobertas uma brasileira em Portugal e outras 45 mulheres na Alemanha, entre brasileiras e tailandesas.
Em 2000, foram descobertas três brasileiras na Bélgica. Em Portugal, foram identificadas 38 estrangeiras se prostituindo, a maioria é latina, principalmente brasileiras, venezuelanas, colombianas e bolivianas.
Por ser país de origem, e não de destino do tráfico, o Brasil enfrenta dificuldades em combater o crime, passível de punição com pena que pode chegar a oito anos de reclusão.
A maior barreira para a polícia é a falta de colaboração das famílias, muitas vezes coniventes com o esquema, afirma o diretor da divisão da Interpol no Brasil, Washington do Nascimento Melo.
Outra dificuldade é o medo das vítimas de denunciarem por temor de represálias.



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