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Construtora continua obra em ruína histórica de SP
Empresa fez acordo com o Ministério Público Federal
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a Justiça ter embargado
a construção de um megaempreendimento imobiliário vizinho a uma ruína histórica no
Itaim Bibi, a construtora Brascan firmou um acordo com o
Ministério Público Federal, em
que se comprometeu a cumprir
as condições colocadas pelo órgão para que a obra prossiga.
As obras, em fase inicial, foram paralisadas na semana
passada. A empresa se comprometeu a contratar estudos que
irão avaliar o valor arqueológico do terreno e também a recolher itens de importância histórica antes de retomar as obras.
Protegido por lei federal por
ser considerado sítio arqueológico, o terreno onde foi instalado o canteiro de obras destinado a levantar uma torre comercial e construir uma praça faz
parte do entorno do sítio Itaim,
construção do século 19.
Atualmente em ruínas, o sítio é tombado pelos patrimônios históricos do Estado e do
município. O acordo, que precisa ser ratificado pela Justiça
Federal, prevê que a empresa
irá contratar estudos de "prospecção e salvamento arqueológico" (recolha de itens de valor
arqueológico) em até dez dias.
Esse trabalho deve ser autorizado pelo Iphan (órgão federal do patrimônio) e os resultados devem sair em até 3 meses.
A "peritagem arqueológica"
(estudo do impacto já causado
pelas obras ao patrimônio e estimativa do valor arqueológico
do local) deve ser contratada
em cinco dias, com prazo de até
4 meses para os resultados.
A multa à empresa, em caso
de descumprimento do acordo,
é de R$ 50 mil por dia.
Origem
O sítio Itaim é uma construção de taipa de pilão (barro socado em fôrmas de madeira) e
foi tombada em 1982 pelo Condephaat (órgão estadual do patrimônio). A construção existe
desde 1846, diz o órgão.
Em 1896, o general Couto de
Magalhães comprou o sítio. Em
1915, seu sobrinho Leopoldo
-conhecido por "Bibi"- o loteou.
Na década de 1920, o local sediou o sanatório Bela Vista, de
1920 até 1980.
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