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Grevista da USP quer parar centro de saúde
Paralisação comandada pelo Sintusp prevê interromper hoje o atendimento em unidade que faz mil atendimentos por dia
Com o movimento iniciado pelos funcionários, os estudantes estão desde terça-feira sem transporte interno e bandejão
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sintusp (Sindicato dos
Trabalhadores da USP) anunciou para hoje a paralisação de
atendimentos não-emergenciais no Centro de Saúde Escola
Samuel Pessoa, no Butantã (zona oeste), ao lado da cidade universitária e gerido pela USP.
Os funcionários do centro se
juntarão aos mais de 65% dos
15 mil trabalhadores da USP
que já aderiram ao movimento,
diz o sindicato. Eles reivindicam aumento salarial de 17% e
incorporação de R$ 200. A USP
afirma que negocia com a categoria e que está agendada uma
reunião para o próximo dia 18.
O movimento exige ainda a
readmissão do ex-dirigente do
Sintusp Claudionor Brandão,
exonerado, segundo o movimento, em razão de sua atuação como sindicalista. A USP
diz que houve um processo administrativo disciplinar, sem
citar detalhes.
Em razão da greve, não funcionam desde terça-feira os
bandejões, o transporte interno, a Editora da USP, o Centro
de Práticas Esportivas e alguns
serviços dentro das unidades.
O centro de saúde do Butantã
realiza cerca de mil atendimentos por dia, segundo a chefe de
pessoal e atendente de enfermagem Jupiara de Castro -boa
parte vive na região.
Ela conta que as pessoas com
consultas não urgentes estão
sendo contatadas e informadas
de que os horários serão remarcados após o fim da paralisação
dos funcionários. Práticas dos
alunos de medicina no local
também serão interrompidas.
Pacientes que foram à unidade ontem receberam um panfleto com o número de telefone
e eram orientados a telefonar
ao fim da greve. Serviços como
saúde mental e atendimento a
gestantes e tuberculosos, que
não podem sofrer interrupção,
serão mantidos.
"Estamos tentando mostrar
que o movimento é para melhorar o atendimento", diz Jupiara. Além das reivindicações
do Sintusp, os funcionários do
centro de saúde pedem melhorias no prédio, que tem paredes
desgastadas e fios soltos.
Apesar da intenção de melhoria, a proposta de aderir à
greve recebeu críticas de pacientes. A dona de casa Margarida Flores, 78, afirma que retira remédios na unidade e não
quer ficar sem eles.
Já o cientista político Artur
Zimerman diz que os funcionários poderiam protestar de outra forma. "Quem vem aqui é
porque precisa. Eles deveriam
paralisar apenas serviços não
essenciais", afirma.
Outra unidade de saúde da
USP, o HU (Hospital Universitário), não decretou greve.
Procurada no final da tarde
de ontem, a USP informou que
não conseguiu localizar nenhum diretor da Faculdade de
Medicina para comentar a paralisação anunciada. Disse, porém, que as aulas continuam
ocorrendo, como a reportagem
pôde comprovar na ECA (Escola de Comunicação e Artes) e na
FFLCH (filosofia, letras e ciências humanas). Alguns laboratórios estavam fechados.
À noite, funcionários da USP
de Ribeirão Preto já haviam
aderido ao movimento, segundo o Sintusp. Hoje é a vez de os
alunos realizarem assembleia,
às 18h, para discutir uma possível greve. Um dos temas da
pauta é a crítica ao incentivo
que vem sendo dado pelo Estado à formação à distância.
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