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Estudo defende redução de glicose para diabéticos e contesta pesquisa anterior
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO
O controle do baixo nível de
açúcar no sangue de diabéticos
garante a redução nos riscos de
morte por doenças do coração,
afirma estudo divulgado ontem
no congresso da ADA (Associação Americana de Diabetes),
em São Francisco (EUA).
A pesquisa afirma ter encontrado o nível ideal do controle
glicêmico (6,5%) para evitar
complicações como infarto e
AVC em diabéticos, que hoje
são cerca de 10 milhões no Brasil e 250 milhões no mundo.
As conclusões contestam um
estudo do governo dos EUA publicado em fevereiro, que afirmou ter detectado mais mortes
por eventos cardíacos em pacientes que tiveram o índice glicêmico controlado em 6,4%.
Para o estudo divulgado ontem, chamado de "Advance",
controlar o índice glicêmico em
6,5% da hemoglobina glicada
(uma análise do sangue que
mede a concentração de glicose
nos últimos três meses) reduz
em cerca de 12% o risco de morte por problemas cardíacos.
A pesquisa foi feita entre
2003 e 2008 pelo George Institute for International Health,
de Sydney, Austrália, com
11.140 diabéticos do tipo 2 que
tiveram problemas cardíacos
ou com risco de desenvolvê-los.
O estudo usou a substância glicazida MR (medicamento usado para reduzir a glicemia), que
baixa os níveis de glicose.
O resultado foi a diminuição
de eventos microvasculares
(como retina e rins) em 14%,
macrovasculares (coração) em
6% e da mortalidade por problemas cardíacos em 12%.
O resultado contesta a principal conclusão do último grande estudo do gênero, o "Accord". A pesquisa afirmou ter
registrado 54 mortes a mais em
pacientes que tiveram o controle glicêmico mantido em
6,4%, contra um grupo mantido com esse nível em 7,5%. Os
pesquisadores cancelaram os
estudos devido às mortes.
"O que se achou que seria a
maior causa das mortes foi os
pesquisadores terem obtido essa baixa do nível glicêmico de
uma forma muito rápida", afirmou o médico Leão Zagury, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Para o médico Rogério de
Oliveira, 77, especializado em
diabetes e portador da doença
do tipo 1, o principal fator para
garantir a redução de risco cardíaco não é tentar reduzir ao
máximo o índice glicêmico,
mas monitorá-lo para que ele
não ultrapasse os níveis considerados de risco -acima de 7%.
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