São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Risco é maior em área portuária

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O grau de incidência do vibrião do cólera identificado no estudo da Anvisa não é suficiente para impor um risco epidemiológico, segundo avaliação da diretora da Divisão de Doenças Hídricas do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo), Maria Bernadete de Paula Eduardo.
Segundo ela, os mais sujeitos a contrair o cólera são os moradores de áreas vizinhas aos portos que eventualmente consumam moluscos e frutos do mar capturados nos locais onde navios despejam água de lastro.
"No mar, o vibrião vive naturalmente. Se fizermos uma pesquisa nos plânctons, vamos achar. Alguns [vibriões] produzem cólera, outros não", afirmou.
Estudos realizados em 1983 pela Cetesb (agência ambiental paulista) em águas do Estado indicaram que o Vibrio cholerae sobrevive até 26 dias na água do mar, até 19 na água doce e até 12 no esgoto.

Doença fatal
O cólera é uma doença contagiosa transmitida por meio da ingestão de água ou alimento contaminado por fezes ou vômito de um doente. Provoca forte diarréia, vômitos, cólicas intestinais e, se excessivamente desidratado, o paciente pode até morrer. São mais suscetíveis à doença moradores de locais onde não há saneamento básico.
No Brasil, o cólera foi introduzido em 1991, depois de ter chegado ao litoral do Peru. Uma das suspeitas é que a água de lastro de navios tenha sido a intermediária.
A doença atingiu seu pico no Brasil em 1993, quando se notificaram 60.340 casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No ano passado, houve sete (dado provisório). Em São Paulo, não há registro de casos autóctones (não importados de outros locais) desde 1995.
Ainda de acordo com Maria Bernadete, uma comissão formada por representantes de órgãos ambientais e de saúde do Estado de São Paulo se reúne mensalmente para avaliar as ações de controle da doença. (FS)


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