São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006 |
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Rendidos, detentos foram baleados à queima-roupa, diz Hosmany Ramos DA REDAÇÃO
Presos rendidos "naquela posição do "Carandiru'", desarmados e recebendo tiros à queima-roupa. Esse foi o modo como
policiais agiram para conter
um tumulto ontem no Anexo
de Detenção Provisória de Araraquara, segundo o relato do
ex-cirurgião plástico Hosmany
Ramos, condenado em 1981 por
homicídio, roubo, tráfico e contrabando e preso no local. Leia
abaixo trechos de sua entrevista, concedida à BandNews FM
ontem, por telefone celular. "O Gate [unidade da polícia paulista] rendeu os presos, que ficaram naquela posição do filme do [Hector] Babenco, o "Carandiru". Tudo encaixado um no outro, quietinho. O Gate entendeu que a situação estava dominada e entregou os presos para o choque de Araraquara. Então, não sei por que razão, o choque começou a atirar nos presos à queima-roupa, com calibre 12, junto com pessoas da direção do presídio. Tudo rendido, desarmado, grudado um no outro, seres humanos, serem baleados. O tenente da guarda tomou um susto ao ver o enorme número de gente sangrando e deu um grito: "Tem um médico aí com vocês?". Fiquei com medo, aquele tiroteio danado, pensei: "O quê? Esse cara vai dar um tiro no meu peito". Ele gritou: "Levanta aí, Hosmany, nós sabemos que você é médico". Levantei, vi o enorme número de presos feridos, levei para um canto e pedi material de curativo. Aqueles com ferimento de bala muito grave eles levaram para o hospital. Depois os trouxeram com um serviço meia-boca. Um deles voltou até com a bala dentro da cabeça, e tive que fazer uma cirurgia para tirar a bala, eu próprio, aqui." Texto Anterior: Presos concordam em ajudar na reforma Próximo Texto: Barbara Gancia: A seleção é a cara do Congresso Índice |
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