São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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BARBARA GANCIA

A seleção é a cara do Congresso

O mesmo desdém com que o Congresso trata o eleitor e o contribuinte, os jogadores da seleção usaram com a torcida

COMEÇOU TUDO ERRADO e deu no que deu. Quem ainda se lembra do momento em que Cafu ergueu a taça na Copa de 2002? Na época, achamos lindo o tributo prestado à mulher, Regina.
Mas, hoje, conhecemos melhor o individualismo e a cara-de-pau de certos jogadores, que foram à Alemanha pensando exclusivamente no próprio umbigo. E temos noção de que Cafu não poderia ter sido tão egoísta. Afinal, ao levantar a taça, ele não estava ali como marido da Regina, mas representando seus companheiros e seu país.
Bem, mas o que se poderia esperar de uma seleção que faz amistoso contra o Lucerna? O nobre leitor por acaso viu como a França fez a sua preparação? Poucos dias antes do início do mundial, Zidane e companhia foram escalar uma montanha coberta de neve. Isso, sim, é técnica de interação.
O que se poderia esperar de um time sem forma física em que metade dos jogadores lê a Bíblia, enquanto a outra metade vai à boate?
Estava na cara que os coroinhas iam se voltar contra os baladeiros, não estava?
E em que pese a seriedade de Parreira, como se pode pedir isenção de um técnico que faz campanha publicitária junto com os jogadores? Será que ele tem liberdade para deixar no banco o jogador que estrelou o comercial junto com ele?
A Copa são favas contadas, jogos se ganham e se perdem, e a França foi melhor. Mas a falta de empenho dos jogadores, com exceção de um Kaká ali, um Zé Roberto acolá, deveria ficar grudada com Superbonder e Araldite nas nossas memórias. O mesmo desdém com que o Congresso trata o eleitor e o contribuinte, os jogadores da seleção usaram com sua torcida. Eles não deram a menor bola para a gente.

É assim que as micadas fazem?
Em um dos finais aguardados para "Belíssima", Silvio de Abreu transforma a workaholic Rebeca e sua ex-sócia, Karen, em um casal. O argumento é o de, na falta de homem no mercado, o lesbianismo seria uma opção. Puxa, mas que visão mais romântica do amor que não ousa dizer o nome! Alô, Silvio de Abreu! Com amigos como você, os homossexuais não precisam de inimigos, não é mesmo?
Quer saber? Algo me diz que Silvio de Abreu não entende nada de mulher. Se entendesse, não teria criado duas heroínas chatas de galocha como Júlia e Victória nem teria feito Ornella se apaixonar pelo garoto de programa.

Musa da classe artística
Leio na "Época" que Heloisa Helena é a candidata dos VIPs. Suzana Vieira, Rita Lee, Guilherme Arantes, Fernanda Young e até o técnico Wanderlei Luxemburgo a apóiam publicamente. Heloísa Helena é anticapitalista, tem idéias que não encontram respaldo na realidade e que não são levadas a sério em nenhum país bem-sucedido. Além disso, votou contra a cassação do deputado Luiz Estevão, que está muito próximo de ter de cumprir pena. Depois de tantas bolas fora (sendo a mais recente, a defesa da Varig), muito me admira a nossa classe artística ainda insistir em alardear sua opinião.


barbara@uol.com.br

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