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BARBARA GANCIA
A seleção é a cara do Congresso
O mesmo desdém com que o Congresso trata o eleitor e o contribuinte, os jogadores da seleção usaram com a torcida
COMEÇOU TUDO ERRADO e deu
no que deu. Quem ainda se
lembra do momento em que
Cafu ergueu a taça na Copa de
2002? Na época, achamos lindo o
tributo prestado à mulher, Regina.
Mas, hoje, conhecemos melhor o
individualismo e a cara-de-pau de
certos jogadores, que foram à Alemanha pensando exclusivamente
no próprio umbigo. E temos noção
de que Cafu não poderia ter sido tão
egoísta. Afinal, ao levantar a taça,
ele não estava ali como marido da
Regina, mas representando seus
companheiros e seu país.
Bem, mas o que se poderia esperar de uma seleção que faz amistoso
contra o Lucerna? O nobre leitor
por acaso viu como a França fez a
sua preparação? Poucos dias antes
do início do mundial, Zidane e
companhia foram escalar uma
montanha coberta de neve. Isso,
sim, é técnica de interação.
O que se poderia esperar de um
time sem forma física em que metade dos jogadores lê a Bíblia, enquanto a outra metade vai à boate?
Estava na cara que os coroinhas
iam se voltar contra os baladeiros,
não estava?
E em que pese a seriedade de Parreira, como se pode pedir isenção
de um técnico que faz campanha
publicitária junto com os jogadores? Será que ele tem liberdade para deixar no banco o jogador que estrelou o comercial junto com ele?
A Copa são favas contadas, jogos
se ganham e se perdem, e a França
foi melhor. Mas a falta de empenho
dos jogadores, com exceção de um
Kaká ali, um Zé Roberto acolá, deveria ficar grudada com Superbonder e Araldite nas nossas memórias. O mesmo desdém com que o
Congresso trata o eleitor e o contribuinte, os jogadores da seleção usaram com sua torcida. Eles não deram a menor bola para a gente.
É assim que as micadas fazem?
Em um dos finais aguardados para
"Belíssima", Silvio de Abreu transforma a workaholic Rebeca e sua
ex-sócia, Karen, em um casal. O
argumento é o de, na falta de homem no mercado, o lesbianismo
seria uma opção. Puxa, mas que visão mais romântica do amor que
não ousa dizer o nome! Alô, Silvio
de Abreu! Com amigos como você,
os homossexuais não precisam de
inimigos, não é mesmo?
Quer saber? Algo me diz que Silvio de Abreu não entende nada de
mulher. Se entendesse, não teria
criado duas heroínas chatas de galocha como Júlia e Victória nem
teria feito Ornella se apaixonar
pelo garoto de programa.
Musa da classe artística
Leio na "Época" que Heloisa Helena é a candidata dos VIPs. Suzana
Vieira, Rita Lee, Guilherme Arantes, Fernanda Young e até o técnico
Wanderlei Luxemburgo a apóiam
publicamente. Heloísa Helena é
anticapitalista, tem idéias que não
encontram respaldo na realidade e
que não são levadas a sério em nenhum país bem-sucedido. Além
disso, votou contra a cassação do
deputado Luiz Estevão, que está
muito próximo de ter de cumprir
pena. Depois de tantas bolas fora
(sendo a mais recente, a defesa da
Varig), muito me admira a nossa
classe artística ainda insistir em
alardear sua opinião.
barbara@uol.com.br
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