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CÂMARA
Base governista afirma não ter os votos necessários para mudar a Lei Orgânica do Município e extinguir o tribunal
Aprovado relatório que prevê fim do TCM
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com quatro votos a favor e dois
contra, o relatório que prevê a extinção do TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo foi
aprovado ontem pela CPI da Câmara. Mas esse resultado está longe de garantir o fim do órgão suspeito de irregularidades.
Em primeiro lugar, a base governista afirma não ter os 37 votos
-de um total de 55- para aprovar, em plenário, um projeto mudando a Lei Orgânica do Município para extinguir o TCM.
Em segundo lugar, o PT e o
PSDB, unidos durante a CPI, agora divergem sobre o prazo para
extinguir o tribunal. Os tucanos
querem o fim imediato. Os petistas preferem primeiro fazer um
"enxugamento" do TCM e adiar a
extinção para o ano que vem.
O relatório teve os votos favoráveis de Vicente Cândido -relator
da proposta-, Aldaíza Sposati,
ambos do PT, Gilson Barreto
(PSDB) e Rubens Calvo (PSB).
José Viviani Ferraz (PL) e Antonio Goulart (PMDB) votaram
contra o relatório e o vereador
Erasmo Dias (PPB) se absteve.
Nomeado na sexta-feira, por
causa da saída de Carlos Apolinário (PGT) da CPI, Goulart disse
que vai entrar com um recurso na
Justiça para anular a votação porque não teve tempo de ler o relatório e teve o pedido de adiamento da reunião negado ontem.
A investigação da CPI apontou
gastos excessivos com salários,
aposentadorias irregulares e
"omissão do TCM em casos de
flagrante desvio de verbas".
A CPI pede, entre outras coisas,
a tramitação de um projeto para
enxugar o TCM em, no mínimo,
50%. Os ocupantes de cargos de
confiança seriam demitidos e vários departamentos, fechados.
Depois, seria feito um outro
projeto prevendo a aposentadoria
dos cinco conselheiros e a transformação do tribunal em um órgão meramente técnico.
"Temos de aproveitar esse momento e extinguir o TCM agora. O
resto é balela", afirmou o ex-vereador Pierre de Freitas, do PSDB,
autor de um projeto de extinção
do tribunal que passou por todas
as comissões técnicas da Câmara
e está pronto para ser votado.
O relator da CPI, Vicente Cândido (PT), afirmou que é preciso
primeiro criar uma nova estrutura para substituir o TCM.
Cândido afirmou que o projeto
de extinção pode ser colocado em
votação até o final do ano, mas o
relatório estipula o cumprimento
da medida em 12 meses.
O líder da bancada do PT, Arselino Tatto, admitiu que o grupo
governista, mesmo com o apoio
do PSDB, não tem 37 votos para
extinguir o TCM.
TCM
A assessoria de imprensa do
TCM informou ontem que o tribunal só vai se pronunciar quando for notificado oficialmente do
resultado do relatório.
Nenhuma medida judicial contra a CPI foi confirmada. Mas o
TCM espera para amanhã o julgamento, pelo Órgão Especial do TJ
(Tribunal de Justiça), do mérito
de um mandado de segurança, ingressado em fevereiro, que pede a
nulidade da CPI. A comissão teria, segundo o mandado, "objeto
de investigação genérico".
O relator do processo, desembargador Vallim Bellochi, já votou favoravelmente ao TCM.
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