São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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Reforma será a quarta em 110 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto da prefeitura será a quarta reforma pela qual passará o parque Tenente Siqueira Campos, ao longo de 110 anos de existência -aniversário celebrado no próximo dia 3 de abril.
A história do parque se confunde com a da avenida Paulista. Em 1890, o agrônomo uruguaio Joaquim Eugênio de Lima iniciou a construção da grande via que tornou-se símbolo da cidade, localizada no alto do morro do Caaguaçu (nome indígena que significa mata grande ou mato grosso).
O grande trunfo imobiliário de Lima era a vista da avenida. O parque foi projetado desde o início pelos empreendedores e inaugurado em 1892. O terreno onde foi construído pertencia à família de José Borges de Figueiredo, sócio de Lima na empreitada.
O francês Paul Villon, criador dos jardins do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, foi convidado para projetar o local. Villon (primeiro nome do parque) elaborou-o no estilo inglês, preservando espécies nativas e introduzindo outras, exóticas.
O estilo romântico do francês durou pouco. No ano seguinte, o inglês Barry Parker comandou a primeira remodelação.
Durante a administração do Barão de Duprat (1911-1914), foi construído um mirante, batizado de Belvedere Trianon, onde hoje está o Masp. Ramos de Azevedo foi o autor do projeto. A obra incluía remodelação e nova iluminação para o parque.
Em 1924, o Trianon foi doado para a prefeitura. Em 31, o local ganhou novo nome, em homenagem a um dos heróis da Revolução Tenentista, Siqueira Campos.
Porém o parque seguiu conhecido como Trianon, que faz referência ao Petit Trianon, parque nos arredores de Paris. O nome foi conferido ao espaço pelos ricos que o frequentavam em sua época áurea, quando a moda era falar com sotaque francês.
Após a década de 30, o local enfrentou um longo período de decadência. Em 1968, o prefeito Faria Lima resolveu recuperá-lo. Burle Marx e Clóvis Olga foram os autores da terceira reforma. (SD)



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