|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IBAMA
Ambientalista faz registro de seu cachorro como consultor
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Na tentativa de mostrar
que é fácil fraudar o sistema
do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) e traficar animais silvestres com a anuência do
órgão, uma ambientalista
baiana resolveu registrar,
por meio da internet, o seu
cachorro como consultor
técnico ambiental.
Após o cadastro, Telma
Lobão diz que imprimiu o
certificado do Ibama e comprou anilhas (pulseiras de
identificação) de uso exclusivo para animais silvestres.
O superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa
Pinto, diz que Telma cometeu crime de falsidade ideológica e encaminhou o caso à
procuradoria do órgão.
"Felipe Lopes", o cachorro
utilizado pela ambientalista
para se cadastrar como consultor técnico, ainda emprestou nome, segundo ela,
para a retirada de um boleto
para pagamento de uma licença de pesca amadora, de
validade temporária.
Para preencher os dados
solicitados pelo site, Lobão
usou o CPF do pai, falecido
em 1995, e o número da própria carteira de identidade.
No mesmo site, ela afirma
ainda que conseguiu registrar a cadela "Vick Lopes" como proprietária de uma motosserra e pagou um boleto
bancário de R$ 30 para a licença de porte.
Segundo o superintendente do Ibama-BA, o sistema é
seguro. Com relação às anilhas, diz que elas devem ser
retiradas no Ibama, onde a
documentação é checada.
Segundo Lobão, as anilhas
foram compradas em uma
loja credenciada do Ibama,
que ela não revela "para não
prejudicar os proprietários".
A ambientalista diz que
também utilizou o nome do
cachorro para comprar, por
telefone, cinco anilhas como
se fosse um criador autorizado a comercializar aves.
"Como há facilidade no
sistema, fiz apenas um alerta
às autoridades", afirma Lobão, que já foi presa por desacato à autoridade após criticar decisões de juízas que colocaram acusados de crimes
ambientais em liberdade.
Ela enviou os documentos
para o Ministério Público do
Estado, que os remeterá ao
Ministério Público Federal
para que investigue o caso.
Texto Anterior: Abarrotado, IML-Sul vive seu próprio "apagão" Próximo Texto: Abaixo-assinado: Bicheiros pedem legalização de caça-níqueis Índice
|