São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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IBAMA

Ambientalista faz registro de seu cachorro como consultor

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Na tentativa de mostrar que é fácil fraudar o sistema do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e traficar animais silvestres com a anuência do órgão, uma ambientalista baiana resolveu registrar, por meio da internet, o seu cachorro como consultor técnico ambiental.
Após o cadastro, Telma Lobão diz que imprimiu o certificado do Ibama e comprou anilhas (pulseiras de identificação) de uso exclusivo para animais silvestres.
O superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto, diz que Telma cometeu crime de falsidade ideológica e encaminhou o caso à procuradoria do órgão.
"Felipe Lopes", o cachorro utilizado pela ambientalista para se cadastrar como consultor técnico, ainda emprestou nome, segundo ela, para a retirada de um boleto para pagamento de uma licença de pesca amadora, de validade temporária.
Para preencher os dados solicitados pelo site, Lobão usou o CPF do pai, falecido em 1995, e o número da própria carteira de identidade.
No mesmo site, ela afirma ainda que conseguiu registrar a cadela "Vick Lopes" como proprietária de uma motosserra e pagou um boleto bancário de R$ 30 para a licença de porte.
Segundo o superintendente do Ibama-BA, o sistema é seguro. Com relação às anilhas, diz que elas devem ser retiradas no Ibama, onde a documentação é checada.
Segundo Lobão, as anilhas foram compradas em uma loja credenciada do Ibama, que ela não revela "para não prejudicar os proprietários".
A ambientalista diz que também utilizou o nome do cachorro para comprar, por telefone, cinco anilhas como se fosse um criador autorizado a comercializar aves.
"Como há facilidade no sistema, fiz apenas um alerta às autoridades", afirma Lobão, que já foi presa por desacato à autoridade após criticar decisões de juízas que colocaram acusados de crimes ambientais em liberdade.
Ela enviou os documentos para o Ministério Público do Estado, que os remeterá ao Ministério Público Federal para que investigue o caso.


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