São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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Para diretor, não houve "ação obscena"

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (USP Leste), Oswaldo Massambani, afirmou que a atitude das estudantes Bárbara e Melissa não configurou ato obsceno. "Fiquei sabendo que houve contato corporal próximo, mas não ação obscena", afirmou Massambani.
De acordo com ele, a USP não faz restrições a namoros e beijos entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo oposto dentro da universidade. "Eu acho que a liberdade das meninas existe. Elas não estavam sendo excessivas a um extremo que exigisse uma medida punitiva", afirmou.
O diretor classificou o fato de "um incidente". Segundo ele, a universidade vai se reunir com o comando da Polícia Militar, que atua na área, para conversar sobre o papel da polícia dentro da instituição. O encontro deve acontecer na próxima semana.
"Com isso, evitamos incidentes", disse. Ele afirma que o papel da polícia é impedir que aconteçam crimes dentro e nas proximidades da universidade.

Disciplina escolar
De acordo com Massambani, se a policial encarou a atitude das meninas como imprópria, deveria ter comunicado o fato à guarda universitária ou a outro funcionário da USP. "Assuntos relativos à disciplina escolar estão sob a égide da universidade", afirmou.
O diretor acredita que a policial pode ter tido a intenção de tomar uma medida educativa e que o caso se complicou depois da conversa dela com as meninas. "Pode ter havido excesso de alguma das partes durante o diálogo, o que levou o caso a ser registrado". Ele disse que pediu que um funcionário da universidade acompanhasse as jovens até a delegacia. O funcionário ficou cerca de três horas na delegacia com as alunas.
O delegado titular de Ermelino Matarazzo, Carlos Cesar Rodrigues, disse que vai apurar o motivo de as jovens terem permanecido tanto tempo na delegacia.
A professora Kathia Castilho, que estava na cantina minutos antes da abordagem da policial, afirmou que as alunas estavam sentadas uma no colo da outra numa mesa com algumas colegas.
"Elas sempre namoraram no campus e nunca tiveram um comportamento que passou dos limites", disse Castilho.
Segundo ela, a maioria dos professores na universidade está apoiando as estudantes e acha errada a atitude da PM. (LB)


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